Economia

Dívida bruta do Governo Geral cai de 79% para 78,3% do PIB em outubro

No melhor momento da série, em dezembro de 2013, antes da crise econômica, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB

Paulo Guedes, ministro da Economia: governo central abrange os governos federal, governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Paulo Guedes, ministro da Economia: governo central abrange os governos federal, governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2019 às 11h03.

Última atualização em 29 de novembro de 2019 às 11h09.

São Paulo — A Dívida Bruta do Governo Geral fechou outubro aos R$ 5,549 trilhões, o que representa 78,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual, divulgado nesta sexta-feira, 29, pelo Banco Central, é menor que os 79,0% de setembro. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral — que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais — é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.

Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

O BC informou ainda que a Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) passou de 55,3% para 55,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em outubro de 2019.

A DLSP atingiu R$ 3,961 trilhões.

Setor público

O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 9,444 bilhões em outubro, informou nesta sexta-feira, 29, o Banco Central. Em setembro, havia sido registrado déficit de R$ 20,541 bilhões.

Com os números divulgados, o resultado primário consolidado do mês passado ficou acima do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast que iam de superávit de R$ 4,000 bilhões a superávit de R$ 8,815 bilhões. A mediana estava positiva em R$ 7,372 bilhões.

O resultado de outubro representa o maior superávit para o mês desde 2016, quando houve resultado positivo de R$ 39,589 bilhões.

Segundo o BC, o resultado fiscal de outubro foi composto por um superávit de R$ 8,545 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 216 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 53 milhões os municípios tiveram resultado negativo de R$ 163 milhões. As empresas estatais registraram superávit primário de R$ 1,115 bilhão.

As contas do setor público acumularam um déficit primário de R$ 33,047 bilhões no ano até outubro, o equivalente a 0,56% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central.

A meta de déficit primário do setor público consolidado considerada pelo governo é de R$ 132,0 bilhões para 2019. No caso do Governo Central, a meta é um déficit de R$ 139,0 bilhões.

O déficit fiscal no ano até outubro ocorreu em função do déficit de R$ 54,621 bilhões do Governo Central (0,93% do PIB). Já os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 19,429 bilhões (0,33% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 17,391 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 2,038 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,146 bilhões no período.

As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 89 782 bilhões em 12 meses até outubro, o equivalente a 1,27% do PIB, informou o Banco Central.

O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em outubro pode ser atribuído ao rombo de R$ 104,449 bilhões do Governo Central (1 47% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 12,056 bilhões (0,17% do PIB) em 12 meses até outubro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 13,550 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 1,494 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 2,611 bilhões no período.

O setor público consolidado teve gasto de R$ 20,330 bilhões com juros em outubro, após esta despesa ter atingido R$ 25,379 bilhões em setembro, informou o Banco Central.

O Governo Central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 15,571 bilhões. Os governos regionais registraram gasto de R$ 4,319 bilhões e as empresas estatais, de R$ 440 milhões.

No ano até outubro, o gasto com juros somou US$ 304,517 bilhões, o que representa 5,16% do PIB. Em 12 meses até outubro, as despesas com juros atingiram R$ 366,455 bilhões (5,17% do PIB).

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaeconomia-brasileiraGoverno BolsonaroPIB

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto