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Dilma pede ação conjunta com UE para conter temor de recessão

"Nós só seremos capazes de sair da crise através do estímulo ao crescimento econômico" defendeu a presidente após encontro com líderes europeus

Dilma criticou "ajustes fiscais recessivos" para enfrentar a crise (Roberto Stuckert Filho/PR)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2011 às 16h10.

Bruxelas - Brasil e União Europeia precisam adotar uma ação coordenada para acalmar mercados temerosos com o contágio global resultante da crise da dívida da Europa, disseram a presidente Dilma Rousseff e líderes do bloco nesta terça-feira.

"É fundamental a coordenação política entre os países para fazer face a esse momento internacional", disse Dilma a jornalistas após reunião com autoridades do Conselho da União Europeia e a Comissão Europeia.

"A ausência de regulação eficaz no sistema financeiro está na origem de todo esse processo", disse ela.

A economia foi o foco da cúpula anual, que tradicionalmente lida com relações comerciais e de investimento. A inabilidade da UE em dar uma resposta efetiva a sua crise de dívida tem frustrado Brasília, Washington e Pequim, e a confiança dos mercados têm se deteriorado em meio a temores de uma recessão global.

Os líderes da UE, que se encontrarão no final deste mês, e uma reunião de líderes do G20 no mês que vem terão de corrigir esta imagem, disse o presidente da UE, Herman Van Rompuy.

"Uma ação forte e coordenada será necessária para evitar que a economia global caia em recessão. A UE e o Brasil irão cooperar estreitamente para evitar que isso aconteça na cúpula do G20 em Cannes", disse Van Rompuy.

Dilma advertiu contra "ajustes fiscais recessivos". Ela disse que medidas restritivas fiscais apenas aprofundaram a estagnação durante os problemas de dívida do Brasil e da América Latina há 30 anos.

"Nós só seremos capazes de sair da crise através do estímulo ao crescimento econômico", disse ela.

Empresas querem corte de custos, sem impostos novos

A UE é o maior parceiro comercial do Brasil, e os investimentos do bloco no país superam os investimentos somados do bloco na China, Índia e Rússia, os outros países do Bric, de acordo com dados da UE.

O Brasil quer mais investimento da UE e participação em suas indústrias, incluindo nas de telecomunicações e de produção e refino de petróleo.

A UE quer se beneficiar da economia brasileira, que cresceu 7,5 por cento no ano passado, maior ritmo em 24 anos.

No entanto, as negociações para um acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, liderados por Brasil e Argentina, permanecem num impasse.

Philippe de Buck, diretor-geral da BusinessEurope, principal representação empresarial da Europa, afirmou que os líderes precisam encontrar outras formas de reduzir o custo de fazer negócios no país.

"A comunidade de negócios (da UE e do Brasil) está realmente pedindo medidas urgentes para incrementar fluxos de comércio e de investimento", afirmou."Há muito o que podemos fazer bilateralmente com o Brasil".

As conversações entre as duas partes continuarão na quarta-feira sobre como simplificar a tributação brasileira para investidores estrangeiros. Eles também discutirão planos da comissão executiva da UE de taxar transações como as trocas de títulos e participações --um plano que tem a oposição do setor privado na Europa.

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Bruxelas - Brasil e União Europeia precisam adotar uma ação coordenada para acalmar mercados temerosos com o contágio global resultante da crise da dívida da Europa, disseram a presidente Dilma Rousseff e líderes do bloco nesta terça-feira.

"É fundamental a coordenação política entre os países para fazer face a esse momento internacional", disse Dilma a jornalistas após reunião com autoridades do Conselho da União Europeia e a Comissão Europeia.

"A ausência de regulação eficaz no sistema financeiro está na origem de todo esse processo", disse ela.

A economia foi o foco da cúpula anual, que tradicionalmente lida com relações comerciais e de investimento. A inabilidade da UE em dar uma resposta efetiva a sua crise de dívida tem frustrado Brasília, Washington e Pequim, e a confiança dos mercados têm se deteriorado em meio a temores de uma recessão global.

Os líderes da UE, que se encontrarão no final deste mês, e uma reunião de líderes do G20 no mês que vem terão de corrigir esta imagem, disse o presidente da UE, Herman Van Rompuy.

"Uma ação forte e coordenada será necessária para evitar que a economia global caia em recessão. A UE e o Brasil irão cooperar estreitamente para evitar que isso aconteça na cúpula do G20 em Cannes", disse Van Rompuy.

Dilma advertiu contra "ajustes fiscais recessivos". Ela disse que medidas restritivas fiscais apenas aprofundaram a estagnação durante os problemas de dívida do Brasil e da América Latina há 30 anos.

"Nós só seremos capazes de sair da crise através do estímulo ao crescimento econômico", disse ela.

Empresas querem corte de custos, sem impostos novos

A UE é o maior parceiro comercial do Brasil, e os investimentos do bloco no país superam os investimentos somados do bloco na China, Índia e Rússia, os outros países do Bric, de acordo com dados da UE.

O Brasil quer mais investimento da UE e participação em suas indústrias, incluindo nas de telecomunicações e de produção e refino de petróleo.

A UE quer se beneficiar da economia brasileira, que cresceu 7,5 por cento no ano passado, maior ritmo em 24 anos.

No entanto, as negociações para um acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, liderados por Brasil e Argentina, permanecem num impasse.

Philippe de Buck, diretor-geral da BusinessEurope, principal representação empresarial da Europa, afirmou que os líderes precisam encontrar outras formas de reduzir o custo de fazer negócios no país.

"A comunidade de negócios (da UE e do Brasil) está realmente pedindo medidas urgentes para incrementar fluxos de comércio e de investimento", afirmou."Há muito o que podemos fazer bilateralmente com o Brasil".

As conversações entre as duas partes continuarão na quarta-feira sobre como simplificar a tributação brasileira para investidores estrangeiros. Eles também discutirão planos da comissão executiva da UE de taxar transações como as trocas de títulos e participações --um plano que tem a oposição do setor privado na Europa.

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