Economia

Dilma diz que a crise econômica mundial é "preocupante"

Fragilização do sistema financeiro dos países desenvolvidos e a falta de uma resposta política estão se agravando, avalia a presidente

Dilma: "Estamos vivendo uma situação preocupante na economia internacional com a crise na zona do euro" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Dilma: "Estamos vivendo uma situação preocupante na economia internacional com a crise na zona do euro" (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 12h11.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff confirmou que houve acordo entre os países sócios do Mercosul para ampliar a lista de produtos que poderão ter a Tarifa Externa Comum (TEC) elevada para até 35%, limite máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), como mecanismo para proteger a região da crise internacional.

"Estamos vivendo uma situação preocupante na economia internacional com a crise na zona do euro. A fragilização do sistema financeiro dos países desenvolvidos e essa situação está se agravando pela falta de uma resposta política", disse Dilma, em seu discurso na sessão plenária da Cúpula do Mercosul, nesta terça-feira, em Montevidéu.

A presidente disse que existem razões para se preocupar com os países da região diante da perspectiva de uma recessão global e uma brusca contração do crédito. "Devemos nos precaver e não podemos subestimar os efeitos de um desarranjo ainda mais profundo das economias mais avançadas, com efeitos como a redução drástica do crédito e uma forte saída de capitais", alertou a presidente do Brasil. Segundo ela, a crise que reduz a demanda da indústria manufatureira dos países asiáticos tem provocado junto com a desvalorização cambial uma ameaça para a indústria regional.

"Nosso desafio é levar adiante a integração do mercado regional e para isso, devemos, primeiro: desenvolver cadeias produtivas; construir mecanismos comuns que defendam economias de práticas ilegais e fraudulentas de comércio; promover o intercâmbio de informações de processo de investigação de dumping; ampliar a lista de produtos que possam ter elevação da Tarifa Externa Comum (TEC), como decidimos hoje; fomentar o comércio intrabloco; estreitar laços visando fomentar a competitividade, as redes de infraestrutura logística", entre outros, ressaltou Dilma.

"Queremos muito mais e precisamos de mais integração, de mais Mercosul, não de menos. Precisamos de mais parceiros do Mercosul", defendeu Dilma, numa alusão ao pedido de adesão da Venezuela como sócio pleno do bloco regional, pedido que está parado no Senado do Paraguai, um dos assuntos debatidos durante a cúpula.

"Incorporemos ao Mercosul mais países do porte da Venezuela. Esse processo nos fortalece e se torna estratégico do ponto de vista da economia e da geopolítica internacional", afirmou Dilma Rousseff. A presidente enviou um claro recado à oposição ao presidente paraguaio Fernando Lugo, no Senado: "Esse processo (de adesão dos países ao Mercosul) não dever ser obstaculizado por interesses menores. Devemos fazer o maior esforço para trazer a Venezuela".

Dilma encerrou seu discurso com mensagens individuais aos presidentes. Ao uruguaio José "Pepe" Mujica, Dilma disse que ele "é exemplo de uma mente jovem e brilhante. "Esse é o espírito que precisamos para o projeto do Mercosul. "À querida amiga Cristina (Kirchner), cuja determinação e força é nossa garantia de sucesso no próximo período da presidência pro tempore do Mercosul, conte com todo nosso apoio, querida amiga Cristina", disse à presidente Argentina.

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