Economia

Desvalorização cambial consome 61% do superávit primário

A forte desvalorização cambial de maio, quando o real apresentou depreciação de 8,8% em relação a abril, consumiu 61% do superávit primário acumulado de janeiro a abril. O cálculo é da consultoria Global Invest e se baseia na parcela de dívidas públicas internas e externas atreladas ao dólar. Os analistas consideram que a variação do […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

A forte desvalorização cambial de maio, quando o real apresentou depreciação de 8,8% em relação a abril, consumiu 61% do superávit primário acumulado de janeiro a abril. O cálculo é da consultoria Global Invest e se baseia na parcela de dívidas públicas internas e externas atreladas ao dólar. Os analistas consideram que a variação do câmbio, no mês passado, gerou um impacto de 25 bilhões de reais sobre tais dívidas, segundo o critério de oscilação sobre o fechamento, e de 20 bilhões de reais, com o critério de oscilação sobre as médias mensais.

A consultoria afirma que os 20 bilhões de reais equivalem a 61% do superávit primário acumulado até abril, de 32,4 bilhões de reais. "Apesar da recente e significativa redução da exposição cambial da dívida pública, em apenas um mês, o impacto do câmbio sobre a dívida consumiu 61% do superávit primário acumulado ao longo de quatro meses (janeiro a abril)", diz relatório elaborado pela Global Invest.

Embora ainda devam ser feitos ajustes para avaliar o impacto final do câmbio sobre as contas do governo, as análises indicam outros pontos de preocupação. Segundo a consultoria, os elevados superávits primários registrados neste ano são apoiados pela contenção de investimentos, sobretudo em infra-estrutura, e pela elevada carga tributária, equivalente a 36,1% do Produto Interno Bruto no ano passado. Esses mesmos fatores comprometeram a expansão econômica do Brasil em 2003. Para a consultoria, o governo enfrenta o impasse de manter a mesma situação que atrapalhou o crescimento no ano passado, para sustentar o superávit, ou afrouxar seus critérios para promover uma alta mais expressiva do PIB, ainda que às custas do rigor fiscal.

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