Economia

Desta vez, a recuperação econômica gera empregos, diz Pochmann

A recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) está resultando em uma dinamização do emprego no país. Traduzindo em números: no primeiro quadrimestre de 2004, foram criados 535 mil novos postos de trabalho formais.  Esse é um dos destaques de estudo divulgado hoje (1º/6) por Marcio Pochmann, secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do município de São […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h42.

A recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) está resultando em uma dinamização do emprego no país. Traduzindo em números: no primeiro quadrimestre de 2004, foram criados 535 mil novos postos de trabalho formais.  Esse é um dos destaques de estudo divulgado hoje (1º/6) por Marcio Pochmann, secretário de Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do município de São Paulo. "Em geral, quando havia recuperação, ela ocorria com o mesmo número de empregados. As empresas, ainda que expandindo, operavam com o núcleo duro dos trabalhadores", afirma o secretário.

Mas, segundo Pochmann, a simultaneidade do crescimento do nível de ocupação com  a estabilidade ou at  a expansão do desemprego só poderá ser rompida com  um avanço ainda maior  e consistente da economia. "Para gerar postos que atendam à toda procura, a economia precisa crescer 5% ao ano. Já houve momentos de recuperação,  mas não se conseguiu alçar o estágio de sustentabilidade. Este é um ano-chave para isso." Ele também relaciona  o nível de renda com o desemprego. "Não entramos nessa questão no estudo, mas sabemos que, se os salários são baixos, outros membros da família procuram emprego, para complementar o orçamento. Se melhoram os salários, esses membros deixam de procurar trabalho, reduzindo os números do desemprego."

Geografia do emprego em São Paulo

Outro tópico abordado pelo trabalho da secretaria é o que Pochmann considera uma nova geografia do emprego na cidade de São Paulo, em que as áreas periféricas ganham maior peso na geração de postos de trabalho,  e o setor industrial perde influência.

Entre dezembro de 2001 e fevereiro de 2004, foram criados 200 mil empregos formais no município de São Paulo, dos quais 111.716 nos 50 distritos administrativos com os maiores índices de pobreza. Enquanto o nível de emprego formal cresceu 6,2% na média do município neste período, nas áreas focalizadas foi quase o dobro, ou 12,1%. "É um fenômeno inédito. O modelo de industrialização dos anos 30 aos 80 era muito concentrado no centro expandido. Agora a participação dos distritos mais periféricos de São Paulo no emprego está crescendo."

No período analisado, 87,9%  das novas vagas em todo o município foram geradas no setor de serviços e 17% no comércio. A indústria de transformação influenciou negativamente o saldo do emprego, com -4,9%.

No primeiro quadrimestre de 2004, a metrópole de São Paulo, em seu conjunto, gerou 79 mil novos postos de trabalho formais, o equivalente a 14,8% do total do novo emprego em todo o país.

Participação dos 10 estados mais importantes
no estoque de empregos formais
 
UF
Estoque em 31/04/2004
1
SP
33,33%
2
MG
10,98%
3
RJ
10,46%
4
RS
7,80%
5
PR
7,06%
6
SC
4,98%
7
BA
4,23%
8
PE
2,86%
9
GO
2,65%
10
CE
2,57%
subtotal
86,91%
total Brasil*
100,00%
*23.258.612 empregos formais
Fonte: SDTS/PMSP a partir de Caged/MTE/FAT/Datamec

Variação estoque 31/12/03 sobre 31/04/04
UF
%  
SP
3  
MG
2,6  
RJ
1,2  
RS
3,5  
PR
3,6  
SC
3,3  
BA
1,7  
PE
-3,6  
GO
-0,3  
CE
4,4  
variação Brasil*
2,3  
* 534.939 novos empregos formais
Fonte: SDTS/PMSP a partir de Caged/MTE/FAT/Datamec
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