Eletrobras: a linha de despesas com materiais aumentou 34,2%, para R$ 74 milhões (Reprodução/Google/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de maio de 2018 às 13h12.
São Paulo - De janeiro a março deste ano, as despesas operacionais da Eletrobras somaram R$ 4,320 bilhões, montante 22% maior em relação aos R$ 3,541 bilhões anotados em igual período o ano passado. O aumento está relacionado às provisões anotadas do primeiro trimestre deste ano, mas também a um crescimento dos gastos com pessoal, materiais, serviços e outros (PMSO), o que contrariou as expectativas do mercado, de ver reflexos das iniciativas de ganhos de eficiência adotadas pela companhia no ano passado, como o plano de aposentadoria extraordinária (PAE).
As Despesas Operacionais Gerenciais, que descontam linhas como a de provisões, além da venda da Celg D, cresceram 15,2%, para R$ 3,489 bilhões.
Somente a linha de despesas com pessoal aumentaram 9,8%, para R$ 1,759 bilhão. A Eletrobras explica que essa expansão foi influenciada pelos gastos com Plano de Demissão consensual (PDC) no montante de R$ 272 milhões. Já a linha de Material cresceu 34,2%, para R$ 74 milhões, influenciada, principalmente, pelo aumento do consumo de materiais em função da parada de Angra 2 para troca de combustível nuclear.
A linha de custos com Serviços se manteve praticamente estável (-0,6%), em R$ 578 milhões por conta da venda da Celg D, mas a companhia comenta que desconsiderando a operação a linha apresenta crescimento, influenciado pelo maior gasto com investigação independente.Já a linha de Outros avançou cerca de 50%, para R$ 362 milhões, por questões relacionadas às controladas Amazonas Distribuição e Chesf.
Já as provisões operacionais cresceram 80,3%, para R$ 1,081 bilhão, por conta de contingências no montante de R$ 512 milhões, influenciadas pelas provisões referentes ao empréstimo compulsório (R$ 197 milhões) e impairment, de R$ 174 milhões, parcialmente compensadas pela reversão de contratos onerosos no montante de R$ 319 milhões.
Os custos operacionais totais, por sua vez, cresceram 9,7%, para R$ 3,75 bilhões. Desconsiderando Celg e custos de construção, os custos operacionais gerenciais subiram ainda mais: 17,6%, para R$ 3,4 bilhões. Pesou nesse desempenho o forte aumento nos gastos comCombustível para produção de energia elétrica, que passaram de R$ 8 milhões para R$ 477 milhões, explicados pela menor recuperação de despesas de combustíveis na Amazonas Energia. Mas a energia comprada para revenda também cresceu.
A Eletrobras destacou que a Eletrosul adquiriu energia adicional da hidrelétrica Teles Pires por conta da descontratação da energia vendida pela usina no ambiente de contratação regulada.