Economia

Desonerações impactam arrecadação em R$ 1,7 bilhão em agosto

No acumulado do ano, a arrecadação da Receita ficou em R$ 673,5 bilhões, 1,45% superior à registrada de janeiro a agosto de 2011


	Concessionária de veículos: o montante refere-se, por exemplo, à redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente nos automóveis
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Concessionária de veículos: o montante refere-se, por exemplo, à redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente nos automóveis (VEJA)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 14h26.

Brasília - As desonerações tributárias concedidas pelo governo representaram renúncia de R$ 1,7 bilhão na arrecadação do mês de agosto, informou hoje (25) a Receita Federal.

O montante refere-se à redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente nos automóveis, do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) para pessoa física e da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis.

De acordo com a secretária adjunta da Receita, Zayda Manatta, além das desonerações, outro fator que contribuiu para crescimento pouco expressivo da arrecadação no mês passado foi a queda na lucratividade das empresas, com consequente redução de R$ 1,045 bilhão no Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

Em agosto, foram arrecadados R$ 77 bilhões, 1,84% mais do que o recolhimento de igual mês de 2011, aplicada a correção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No acumulado do ano, a arrecadação da Receita ficou em R$ 673,5 bilhões, 1,45% superior à registrada de janeiro a agosto de 2011, também com a correção do IPCA.

A evolução dos percentuais de crescimento de janeiro para cá mostra que a arrecadação vem perdendo fôlego. No início deste ano, eles eram mais expressivos – em janeiro, por exemplo, houve alta de 6,04% no recolhimento de tributos. O cenário de encolhimento fez a Receita reduzir a previsão de alta da arrecadação para o ano, de 3,5% a 4% para 1,5% a 2%.

“A conjuntura econômica do país, ao lado das alterações de legislação que o governo tem promovido [relativas às desonerações] impactaram a estimativa”, afirmou Zayda Manatta. O coordenador de previsão e análise da Receita, Raimundo Elói de Carvalho, afirmou que 2011 foi um ano atípico, pois teve uma conjuntura econômica melhor. “Comparamos 2012 com uma base bem alta, a maior que nós tivemos nos últimos anos. São duas conjunturas completamente diferentes”, comentou.

Segundo Zayda Manatta, a Receita trabalha com expectativa de recuperação da arrecadação tributária até o final do ano, apesar do cenário adverso. “A expectativa nossa é que até o final do ano haja crescimento na economia e, também, na arrecadação”, declarou.

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