Economia

Desemprego na indústria pára de cair, mas pagamentos recuam

Setor de alimentos e bebidas cresce 2,5% em pessoas ocupadas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.

Após seis meses consecutivos em queda na comparação com o mês anterior, o indicador do emprego na indústria em agosto registrou 0,1% de crescimento em relação a julho, na série livre de influências sazonais. Ainda assim, entre janeiro e agosto deste ano, o emprego acumula queda de 1,7%. Em relação a agosto de 2002 a perda foi de 0,9%. No acumulado do ano o decréscimo foi de 0,4% e no acumulado nos últimos 12 meses a taxa ficou em -0,3%, indica o IBGE.

No comparativo contra igual mês do ano anterior, a taxa de -0,9%, foi a quinta negativa consecutiva, conseqüência de reduções observadas em dez áreas e onze divisões. Setorialmente, os ramos que participaram com os maiores pesos negativos na média nacional foram minerais não metálicos (-6,7%), têxtil (-5,7%), vestuário (-4,2%) e calçados e couro (-5,0%). Este último setor representou a principal pressão negativa sobre o emprego da indústria do Rio Grande do Sul (-4,8%) que, junto com Rio de Janeiro (-4,8%), São Paulo (-0,6%) e Minas Gerais (-1,9%), foram os estados com maior participação na redução do contigente de trabalhadores.

Ainda no confronto mensal, entre os locais que apontaram aumento nos postos de trabalho, a região Norte e Centro-Oeste (3,9%) e o Paraná (3%) exerceram as contribuições mais significativas, ambos impulsionados por alimentos e bebidas, setor que alcança taxas de 6,8% e 9,7% nos respectivos locais. Também em nível nacional, confirma-se, mais uma vez, o destaque para alimentos e bebidas que, com uma ampliação de 2,5% no número de pessoas ocupadas, foi a principal influência na formação da taxa global.

O indicador acumulado no ano (-0,4%), por sua vez, vem apontando uma trajetória descendente na ocupação, com taxas negativas em nove locais. São Paulo (-0,6%) permanece como destaque, dividindo com a região Nordeste (-2,2%) os principais impactos negativos na queda do emprego. Em contraposição, os estados do Sul apresentaram a melhor performance, com Santa Catarina (3,0%) e Paraná (2,7%) se destacando como as principais influências positivas.

Na análise setorial, ainda no indicador acumulado, as demissões superaram as admissões em nove ramos, com destaque para a influência negativa de outros produtos da indústria de transformação (-8,3%), e de minerais não metálicos (-5,3%). Novamente respondendo pelas pressões positivas mais significativas, destaca-se a indústria de alimentos e bebidas, com ampliação de 2,3% nos postos de trabalho.

A taxa anualizada, o indicador acumulado nos últimos doze meses (-0,3%), mantém estável o ritmo de queda nos últimos três meses.

Folha de pagamento

A folha de pagamento dos trabalhadores do setor industrial, após dois meses consecutivos de expansão, volta, em agosto, a registrar perda real na comparação com o mês anterior (-1,3%), já descontadas as influências sazonais. Nos demais indicadores, a folha de pagamento da indústria brasileira permanece mostrando perda real: -4,2% em relação a agosto de 2002, -5,9% no acumulado do ano e -4,8% nos últimos doze meses.

Em relação a agosto do ano passado, treze dos quatorze locais pesquisados reduzem, em termos reais, a folha de pagamento de seus empregados. Na formação da taxa global de -4,2%, as indústrias de São Paulo (-3,9%) e, consequentemente, as da região Sudeste (-4,7%), respondem, mais uma vez, pelas maiores contribuições negativas, influenciadas, em grande parte, pelos decréscimos no setor de papel e gráfica, com taxa de -19,3% em São Paulo e de -18,0% no Sudeste. Em termos de magnitude de queda, sobressaem Bahia (-15,2%) e Rio de Janeiro (-10,7%). Por outro lado, a região Norte e Centro-Oeste continua sendo a única área pesquisada que apresenta expansão (3,6%), impulsionada, principalmente, por alimentos e bebidas (12,7%).

No indicador acumulado no ano, apesar dos números ainda serem negativos na quase totalidade (treze) dos quatorze locais pesquisados, observa-se desaceleração no ritmo de queda. Também neste confronto, as indústrias de São Paulo (-6,3%) são as que mais pressionam negativamente a taxa global, influenciadas sobretudo pelas perdas assinaladas nos setores de papel e gráfica (-17,9%) e de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-17,6%). As indústrias do Rio de Janeiro (-11,5%) e da Bahia (-10,5%) registram as maiores quedas, em razão, principalmente, das reduções reveladas pelas indústrias extrativas (-13,6%), na primeira, e de produtos químicos (-13,6%), na segunda. A única área que ampliou a folha de pagamento, neste confronto, foi a região Norte e Centro-Oeste (3,1%).

No total do país, ainda no indicador acumulado no ano, as maiores reduções na folha de pagamento ocorreram nos setores de papel e gráfica (-14,1%), máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-13,0%) e minerais não metálicos (-15,8%). Com expansão figuram apenas os setores de alimentos e bebidas (1,5%) e de refino de petróleo e produção de álcool (1,9%).

Horas pagas

Em agosto, o indicador do número total de horas pagas na indústria exibiu uma redução de 0,8% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, sendo essa a quarta taxa negativa consecutiva.

O número de horas pagas apontou redução de 1,7% em relação a agosto de 2002, a sexta consecutiva, com onze dos quatorze locais pesquisados exibindo recuo neste indicador. Em termos regionais, a principal influência negativa na formação do índice global foi registrada no Rio Grande do Sul (-5,6%), seguido por São Paulo (-1,6%) e Rio de Janeiro (-5,2%). Inversamente, Paraná (3,4%), Região Norte e Centro-Oeste (2,2%) e Pernambuco (1,1%), assinalaram as principais contribuições positivas, em função, sobretudo, do crescimento das horas pagas no setor de alimentos e bebidas, que alcançou nesses locais taxas de 10,3%, 2,2% e 6,7%, respectivamente.

Em termos setoriais, ainda no indicador mensal, as principais pressões negativas na redução das horas pagas foram efetivadas, principalmente, pelos setores de vestuário (-5,9%), têxtil (-7,1%), outros produtos da indústria de transformação (-8,7%), minerais não-metálicos (-6,3%) e calçados e couro (-5,7%). Por outro lado, a maior contribuição positiva se originou no setor de alimentos e bebidas (2,2%).

O indicador acumulado no ano (-0,9%) retratou as perdas na jornada de trabalho em onze setores pesquisados e, novamente, o de alimentos e bebidas (2,8%) gerou a principal contribuição positiva neste tipo de indicador.

O indicador acumulado nos últimos doze meses (-0,6%) manteve uma estabilidade na trajetória das horas pagas, repetindo a mesma marca de julho, com onze setores pesquisados mostrando retração. A maior contribuição positiva deveu-se a alimentos e bebidas (4,3%), repetindo, em termos de setores que se destacam, o observado nos dois meses anteriores.

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