Economia

Desemprego diminui e inflação aumenta na zona do euro

O desemprego na zona do euro caiu no mês de outubro, com 61.000 desempregados a menos do que em setembro, enquanto a inflação sofreu uma leve alta

Euro: fato de os preços aumentarem atenuam modestamente o medo do risco de deflação, disse especialista (Daniel Roland/AFP)

Euro: fato de os preços aumentarem atenuam modestamente o medo do risco de deflação, disse especialista (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 10h08.

Bruxelas - O desemprego na zona do euro caiu no mês de outubro, com 61.000 desempregados a menos do que em setembro, enquanto a inflação sofreu uma leve alta, a 0,9% interanual, duas surpresas positivas, apesar de ainda haver riscos de deflação, acreditam economistas.

A taxa de desemprego diminuiu, atingindo 12,1% da força de trabalho, depois de ter alcançado um nível recorde em setembro, a 12,2%, indicou nesta sexta-feira o escritório europeu de estatísticas Eurostat.

O escritório também publicou sua primeira estimativa para a inflação em novembro, que mostra uma leve aceleração de 0,9% em relação ao mesmo período do ano passado e de 0,7% em comparação a outubro deste ano, quando marcou um mínimo nos últimos quatro anos.

Duas boas notícias, aos olhos dos economistas. O fato de os preços aumentarem "atenuam modestamente o medo do risco de deflação". Quanto à diminuição do desemprego, "é a primeira vez desde abril de 2011", ressalta Howard Archer, da IHS Global Insight.

"Esta melhora do emprego é uma boa surpresa, embora modesta", considera Jonathan Loynes, chefe economista da Capital Economics, porque "não muda a situação de um mercado de trabalho muito fragilizado".

Segundo ele, "o crescimento está longe de ser o suficiente para influenciar realmente sobre o número de desempregados, particularmente nos países periféricos, os mais afetados".

Em previsões publicadas em 5 de novembro, a Comissão Europeia considerava que o desemprego começará a declinar realmente apenas em 2015 na zona do euro, dado que o mercado de trabalho reage com a atraso a retomada do crescimento econômico.

A situação continua muito contrastada entre os países da zona do euro, onde a Espanha e Grécia têm mais de um quarto de sua população desempregada, enquanto que a taxa é de cerca de 5% na Áustria e na Alemanha.

A taxa de desemprego foi de 27,3% na Grécia em agosto, último mês para o qual existem dados disponíveis. Em outubro, a taxa chegou a 26,7% na Espanha.


No outro extremo do espectro, o desemprego foi de 4,8% na Áustria, 5,2% na Alemanha e 5,9% no Luxemburgo.

O desemprego entre os jovens continua a atingir um nível dramático na Grécia: os números de agosto mostram que 58,0% dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados. Esta taxa alcançou 57,4% na Espanha em outubro.

Na Alemanha, o desemprego entre os jovens foi de apenas 7,8%.

O contraste também é evidente na evolução das taxas de desemprego entre os países. Em um ano, aumentou acentuadamente no Chipre, de 13,2% para 17%, na Grécia (de 25,5% para 27,3% entre agosto de 2012 e agosto de 2013) e na Holanda (5,5% para 7,0%), enquanto diminuiu na Irlanda, de 14,5% para 12,6%.

A situação preocupante do desemprego incide diretamente sobre a inflação, como explica Martin Van Vliet, do banco ING, porque "o desemprego eleva ao limite a progressão dos salários, e as pressões deflacionárias permanecem firmes na zona do euro".

Como exemplo de que a situação continua delicada na zona do euro, a agência de classificação Standard & Poor's (S&P) rebaixou nesta sexta-feira em um grau a nota de crédito da Holanda, de "AAA" para "AA+", citando as fracas perspectivas de crescimento do país.

"A degradação reflete nossa visão de que as perspectivas de crescimento da Holanda agora são mais fracas do que em nossas previsões anteriores", afirmou a S&P em um comunicado.

"A tendência de crescimento do PIB per capita é persistentemente menor do que em outros países com níveis semelhantes de desenvolvimento", acrescenta.

A nova classificação AA+ tem uma perspectiva "estável".

Isto porque, apesar das "projeções econômicas menos promissoras que devem complicar a tarefa do governo de alcançar suas metas fiscais, o consenso político em favor do controle da dívida pública e dos déficits permanecerá", acredita a S&P.

Em contrapartida, a agência elevou a nota do Chipre e a perspectiva da Espanha.

A nota de longa prazo do Chipre foi elevada a "B-", enquanto a perspectiva "negativa" da nita "BBB-" da Espanha foi revista para "estável".

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