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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.
O desemprego total na região metropolitana de São Paulo aumentou de 19,7%, em março, para 20,6% da População Economicamente Ativa em abril. Isso permite dizer que 1.941.000 pessoas estavam desempregadas no mês passado. O acréscimo de 110.000 pessoas no contigente de desempregados é explicado pela incorporação de 129.000 pessoas à PEA, número bastante superior às 19.000 novas ocupações geradas em abril. No entanto, essa é a taxa mais elevada desde o início da pesquisa, em 1985, ampliando a estimativa do número de desempregados para 1.941.000 pessoas, no mês em análise.
O desemprego na região metropolitana de São Paulo manteve-se praticamente estável em abril, de acordo com as informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese. As instituições fazem dois tipos de desemprego: o desemprego aberto, forma mais conhecida, atingiu 13,6% da População Economicamente Ativa (PEA), contra 13,3% de abril de 2002; a outra (desemprego oculto), manteve-se praticamente estável, passando de 7,1% para 7% nesses doze meses.
Segundo o Dieese, uma eventual queda nos juros só serão refletidas no mercado de trabalho no quarto trimestre, já que o efeito do juro na economia dura pelo menos seis meses. Esse alto percentual reflete a estagnação da economia do país.
A elevação do desemprego aberto foi motivada pela insuficiência da geração de novas ocupações apenas 56 mil para 93 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho no período.
Já a estabilidade do segundo tipo de desemprego deveu-se, essencialmente, ao desemprego oculto pelo trabalho precário, que compreende as pessoas que realizaram algum trabalho irregular, como, por exemplo, a ajuda a negócios de parentes, mas que simultaneamente procuravam um novo trabalho.
Um outro contraste significativo ocorreu entre o município de São Paulo e os demais municípios da Região Metropolitana. Enquanto na capital o desemprego aberto aumentou 4,1% e o oculto manteve-se estável, nos demais municípios o primeiro cresceu somente 1,4% e o segundo teve redução de 2,7%.
Entre abril de 2002 e de 2003, o contingente de desempregados ampliou-se em 37.000 pessoas, uma vez que, no período, foram geradas 56.000 novas ocupações, número insuficiente para incorporar a entrada de 93.000 pessoas na PEA.
Em março, o rendimento médio dos ocupados voltou a diminuir (3,9%). Entre os assalariados, houve uma redução de 2,6% nos rendimentos. Em relação a março de 2002, esses valores ficaram 9,5% e 8,5% menores.