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Desempenho econômico do Japão reforça planos de premiê

Dados ruins da indústria deram ao novo primeiro-ministro nova munição para pressionar por mais gastos por parte do Estado

Fábrica de automóveis no Japão: queda da produção industrial foi mais acentuada do que o previsto, chegando a 1,7% em novembro (Ken Shimizu/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2012 às 08h35.

Tóquio - Os dados ruins da indústria japonesa, divulgados nesta sexta-feira, deram ao novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, nova munição para pressionar por mais gastos por parte do Estado e por um afrouxamento monetário que resgate a terceira maior economia do mundo de décadas de deflação e da quarta recessão desde 2000.

Os eleitores japoneses e os mercados financeiros foram receptivos à posição agressiva do governo de Abe, que pretende despejar mais dinheiro na economia. Com isso, o índice de referência Nikkei alcançou nesta sexta-feira sua máxima desde o tsunami de março de 2011, apesar da queda acima do esperado na produção do setor manufatureiro.

As pesquisas de opinião publicadas pelos principais jornais nesta sexta-feira mostram que de metade a dois terços da população apoia o governo conservador de Abe e considera que a economia estagnada é a principal prioridade do governo.

Altos funcionários do novo governo, empossado há apenas dois dias após uma vitória eleitoral esmagadora, dizem que a gestão de Abe está sob pressão para obter resultados rápidos.

"(O apoio público) vai cair se ganhar corpo a especulação de que somos incapazes de obter resultados", disse o ministro encarregado de reavivar a economia, Akira Amari, em entrevista à imprensa após uma reunião de gabinete na manhã desta sexta.

Mas muitos economistas alertam que a ênfase de Abe em medidas de estímulo, em vez de reformas estruturais subjacentes para aumentar a competitividade da economia, pode ter apenas efeitos de curto prazo e ainda agravar a dívida pública, já inchada -- a pior entre os países industrializados.


Pressão para agir

O governo está mantendo a pressão sobre o Banco do Japão (banco central) para que reforce estímulo monetário, mesmo depois de a instituição ter afrouxado a política em dezembro, pela terceira vez em quatro meses.

O ministro das Finanças, Taro Aso, disse que recebeu nesta sexta-feira uma visita de cortesia do presidente do banco, Masaaki Shirakawa, na qual os dois concordaram em manter conversações sobre questões como a coordenação de políticas. Abe ameaçou mudar a lei que garante a independência do banco central se não houver uma flexibilização mais agressiva.

Os dados do setor manufatureiro divulgados nesta sexta aumentam potencialmente a pressão sobre o banco central japonês.

A queda da produção industrial foi mais acentuada do que o previsto, chegando a 1,7 por cento em novembro, mais que o triplo do esperado pela média do mercado, cuja expectativa era de retração de 0,5 por cento. Isso depois de um ganho de 1,6 por cento em outubro, o primeiro aumento em quatro meses.

A economia do Japão entrou em recessão moderada, abalada pela fraca demanda mundial e a queda nas vendas para a China, após uma disputa diplomática sobre ilhas reivindicadas pelos dois países.

Analistas esperam crescimento no começo do próximo ano, embora a recuperação provavelmente seja lenta e modesta.

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Tóquio - Os dados ruins da indústria japonesa, divulgados nesta sexta-feira, deram ao novo primeiro-ministro, Shinzo Abe, nova munição para pressionar por mais gastos por parte do Estado e por um afrouxamento monetário que resgate a terceira maior economia do mundo de décadas de deflação e da quarta recessão desde 2000.

Os eleitores japoneses e os mercados financeiros foram receptivos à posição agressiva do governo de Abe, que pretende despejar mais dinheiro na economia. Com isso, o índice de referência Nikkei alcançou nesta sexta-feira sua máxima desde o tsunami de março de 2011, apesar da queda acima do esperado na produção do setor manufatureiro.

As pesquisas de opinião publicadas pelos principais jornais nesta sexta-feira mostram que de metade a dois terços da população apoia o governo conservador de Abe e considera que a economia estagnada é a principal prioridade do governo.

Altos funcionários do novo governo, empossado há apenas dois dias após uma vitória eleitoral esmagadora, dizem que a gestão de Abe está sob pressão para obter resultados rápidos.

"(O apoio público) vai cair se ganhar corpo a especulação de que somos incapazes de obter resultados", disse o ministro encarregado de reavivar a economia, Akira Amari, em entrevista à imprensa após uma reunião de gabinete na manhã desta sexta.

Mas muitos economistas alertam que a ênfase de Abe em medidas de estímulo, em vez de reformas estruturais subjacentes para aumentar a competitividade da economia, pode ter apenas efeitos de curto prazo e ainda agravar a dívida pública, já inchada -- a pior entre os países industrializados.


Pressão para agir

O governo está mantendo a pressão sobre o Banco do Japão (banco central) para que reforce estímulo monetário, mesmo depois de a instituição ter afrouxado a política em dezembro, pela terceira vez em quatro meses.

O ministro das Finanças, Taro Aso, disse que recebeu nesta sexta-feira uma visita de cortesia do presidente do banco, Masaaki Shirakawa, na qual os dois concordaram em manter conversações sobre questões como a coordenação de políticas. Abe ameaçou mudar a lei que garante a independência do banco central se não houver uma flexibilização mais agressiva.

Os dados do setor manufatureiro divulgados nesta sexta aumentam potencialmente a pressão sobre o banco central japonês.

A queda da produção industrial foi mais acentuada do que o previsto, chegando a 1,7 por cento em novembro, mais que o triplo do esperado pela média do mercado, cuja expectativa era de retração de 0,5 por cento. Isso depois de um ganho de 1,6 por cento em outubro, o primeiro aumento em quatro meses.

A economia do Japão entrou em recessão moderada, abalada pela fraca demanda mundial e a queda nas vendas para a China, após uma disputa diplomática sobre ilhas reivindicadas pelos dois países.

Analistas esperam crescimento no começo do próximo ano, embora a recuperação provavelmente seja lenta e modesta.

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