Democracia faz bem para a economia, diz estudo
País que se torna democrático tem aumento de 20% do PIB no longo prazo, de acordo com novo estudo americano
João Pedro Caleiro
Publicado em 2 de junho de 2014 às 16h32.
São Paulo - A democracia faz bem ou mal para a economia?
Essa pergunta, tão antiga quanto complexa, voltou a ganhar destaque com o crescimento acelerado da China.
Mas de acordo com um estudo recente do National Bureau of Economic Research dos Estados Unidos, autoritarismo não é atalho para o desenvolvimento.
Pelo contrário - na média, é a democracia que tem um efeito positivo "robusto" no crescimento econômico:
"As estimativas sugerem que um país que passa de uma não-democracia para a democracia atinge um nível de PIB per capita 20% maior no longo prazo (ou, a grosso modo, nos 30 anos seguintes)".
O trabalho considera 175 países no período entre 1960 e 2010 e é assinado por James A. Robinson, de Harvard , Suresh Naidu, da Columbia, e Daron Acemoglu e Pascual Restrepo, do MIT .
Eles concluem que a democracia contribui para o PIB futuro através de "aumento de investimentos, melhora na escolaridade, encorajamento de reformas econômicas, melhora de serviços públicos e redução da perturbação social".
Método
Esse tipo de análise encontra muitas dificuldades. Para começo de conversa, democracia é muito mais do que eleições periódicas e direitos individuais - e não existe uma forma única de medir todas as suas dimensões.
Outro problema é que há outras características culturais, históricas e políticas relacionadas tanto com a democracia quanto com a economia. Um estudo que só leve em conta as duas coisas corre o risco de ver correlação onde existe apenas coincidência.
Com tantos obstáculos, não surpreende que a literatura acadêmica sobre o tema seja tão contraditória. Muitos estudos afirmam que a democracia ou não interfere ou chega a atrapalhar efetivamente a economia.
Outros mostram justamente o contrário - e agora eles tem a seu favor o cuidado metodológico usado pelos pesquisadores do NBER.
Para fugir dos instáveis "índices de democracia", eles agregaram resultados consistentes ao longo do tempo e usaram uma divisão dicotômica: em dado momento, ou o país é uma democracia ou não é.
Eles também criaram modelos de "efeito fixo" para cada ano e cada país, uma técnica estatística usada para isolar os outros fatores que poderiam confundir a análise.
São Paulo - A democracia faz bem ou mal para a economia?
Essa pergunta, tão antiga quanto complexa, voltou a ganhar destaque com o crescimento acelerado da China.
Mas de acordo com um estudo recente do National Bureau of Economic Research dos Estados Unidos, autoritarismo não é atalho para o desenvolvimento.
Pelo contrário - na média, é a democracia que tem um efeito positivo "robusto" no crescimento econômico:
"As estimativas sugerem que um país que passa de uma não-democracia para a democracia atinge um nível de PIB per capita 20% maior no longo prazo (ou, a grosso modo, nos 30 anos seguintes)".
O trabalho considera 175 países no período entre 1960 e 2010 e é assinado por James A. Robinson, de Harvard , Suresh Naidu, da Columbia, e Daron Acemoglu e Pascual Restrepo, do MIT .
Eles concluem que a democracia contribui para o PIB futuro através de "aumento de investimentos, melhora na escolaridade, encorajamento de reformas econômicas, melhora de serviços públicos e redução da perturbação social".
Método
Esse tipo de análise encontra muitas dificuldades. Para começo de conversa, democracia é muito mais do que eleições periódicas e direitos individuais - e não existe uma forma única de medir todas as suas dimensões.
Outro problema é que há outras características culturais, históricas e políticas relacionadas tanto com a democracia quanto com a economia. Um estudo que só leve em conta as duas coisas corre o risco de ver correlação onde existe apenas coincidência.
Com tantos obstáculos, não surpreende que a literatura acadêmica sobre o tema seja tão contraditória. Muitos estudos afirmam que a democracia ou não interfere ou chega a atrapalhar efetivamente a economia.
Outros mostram justamente o contrário - e agora eles tem a seu favor o cuidado metodológico usado pelos pesquisadores do NBER.
Para fugir dos instáveis "índices de democracia", eles agregaram resultados consistentes ao longo do tempo e usaram uma divisão dicotômica: em dado momento, ou o país é uma democracia ou não é.
Eles também criaram modelos de "efeito fixo" para cada ano e cada país, uma técnica estatística usada para isolar os outros fatores que poderiam confundir a análise.