Demanda por petróleo não terá pico antes de 2040, diz IEA
Perspectivas de longo prazo para oferta e demanda seguem inalteradas mesmo com a entrada em vigor do Acordo de Paris para mudanças climáticas
Reuters
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 10h59.
Londres - A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) prevê que o consumo global de petróleo não deverá atingir um pico antes de 2040, o que mantém inalteradas as perspectivas de longo prazo para oferta e demanda mesmo com a entrada em vigor do Acordo de Paris para conter as mudanças climáticas.
O acordo de Paris para cortar as emissões pretende reduzir a dependência da economia global dos combustíveis fósseis na segunda metade do século em uma tentativa de limitar o aumento da temperatura média global.
Mas enquanto a demanda por petróleo poderá cair no caso de carros de passeio, por exemplo, outros setores podem compensar essa baixa, como os de fretes rodoviários, aviação e petroquímica, disse a IEA em relatório anual sobre as perspectivas do setor.
O cenário base da IEA assume que a demanda irá alcançar 103,5 milhões de barris por dia em 2040, ante 92,5 milhões em 2015, com a Índia como a principal fonte do crescimento e com a China ultrapassando os Estados Unidos como o país com maior consumo de petróleo.
Em geral, o cenário aponta para uma visão da IEA de que a demanda dos países de fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deverá crescer ao menor ritmo em mais de 20 anos.
Isso, no entanto, deverá ser suficiente para compensar uma contínua queda na demanda dos países da OCDE, que será guiada pelas políticas para aumento da eficiência no uso de combustíveis por veículos.
Em um cenário alternativo que não considera a implementação do Acordo de Paris, a IEA avalia que a demanda por petróleo poderia subir para 117 milhões de bpd em 2040.
Um terceiro cenário, que prevê as políticas do Acordo de Paris e um crescente uso de veículos elétricos e biocombustíveis, aponta para uma pico da demanda global por petróleo em 2020, pouco acima de 93 milhões de bpd.
A partir daí haveria uma queda que aceleraria a cada ano, e ao final da década de 2020 a demanda global estaria caindo mais de 1 milhão de bpd por ano.