Economia

Demanda por crédito cai na comparação mensal e sobe na anual

O indicador mensurado pela Neurotech teve contração de 9% no mês passado na comparação com o anterior. Contudo, no confronto com fevereiro de 2020, houve crescimento de 21%

 (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de março de 2021 às 13h40.

Última atualização em 23 de março de 2021 às 09h41.

A busca por financiamento no Brasil voltou a cair em fevereiro em relação a janeiro, aponta o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). O indicador mensurado pela Neurotech teve contração de 9% no mês passado na comparação com o anterior. Contudo, no confronto com fevereiro de 2020, houve crescimento de 21%.

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De acordo com o INDC, que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços, mais uma vez o destaque foi essa última categoria na comparação anual. Houve alta de 58% na demanda por crédito no setor de serviços em fevereiro ante igual mês de 2020, mas recuo de 14% no confronto mensal.

Já a busca por financiamento nos segmentos de bancos e financeiras subiu 19%, enquanto no varejo esse crescimento atingiu 16% no segundo mês deste ano em relação a fevereiro de 2020.

A despeito das altas registradas, o momento ainda é de muita incerteza devido ao agravamento da pandemia de covid-19, avalia Breno Costa, diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech. Segundo o executivo, esse cenário deverá influenciar mais a concessão do que a demanda por crédito.

"O brasileiro tem apetite por financiamento, porém as instituições financeiras estão reticentes quanto ao impacto da duração da pandemia nas operações das empresas e no mercado de trabalho, o que impacta diretamente nas percepções de risco", analisa.

Contudo, ele pondera que neste momento os responsáveis por ofertar crédito estão mais preparados para lidar com o cenário do que há um ano, quando a crise sanitária começou, levando ao fechamento de várias atividades no País.

"Houve um período grande de aprendizado, em que as instituições passaram a usar novas tecnologias e conceder crédito de forma online, por aplicativos ou pelo próprio site. A transformação digital foi acelerada pela pandemia", diz.

Em meio ao avanço da disseminação do novo coronavírus no Brasil, a tendência é de continuidade de desaceleração da concessão de crédito na comparação mensal, mas ainda um crescimento forte anual. "Os meses de março a maio de 2020 foram bastante afetados pela pandemia de covid-19."

Setores

A demanda por crédito no setor financeiro caiu 9% em fevereiro em relação a janeiro, mas mostrou alta de 19% no confronto com o segundo mês de 2020. Da mesma forma, houve recuo no varejo na comparação mensal, de 5%, e alta de 16% no confronto interanual.

No segmento varejista, o INDC apresentou expansão de 56% em supermercados e de 51% em móveis em fevereiro ante igual mês do ano passado, apesar de os dois primeiros meses do ano serem tradicionalmente conhecido por um período de vendas baixas.

No entanto, diz Costa, a demanda por crédito tem mantido desempenho positivo nos últimos oito meses, apesar das oscilações do mercado provocadas pela crise sanitária e pela conjuntura econômica, como a queda histórica do Produto Interno Bruto (PIB), de 4,1%, em 2020, o pior declínio em 24 anos.

O INDC abrange um universo de 94 empresas instituições financeiras e varejistas e mensura o apetite do brasileiro ao crédito.

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