Economia

Delfim Netto prevê alta da Selic em reunião do Copom

São Paulo – Em encontro na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) sobre reestatização e crescimento econômico, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto disse hoje (20) que vê um certo exagero na preocupação com a demanda aquecida no mercado interno. Por isso, ele acredita que o Banco Central (BC) vai elevar […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 13h28.

São Paulo – Em encontro na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) sobre reestatização e crescimento econômico, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto disse hoje (20) que vê um certo exagero na preocupação com a demanda aquecida no mercado interno. Por isso, ele acredita que o Banco Central (BC) vai elevar a taxa básica de juros, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para ocorrer nos próximos dias 27 e 28.

Delfim Netto prevê um ajuste de 0,75 ponto percentual na Selic, atualmente em 8,75%. O encontro, com o tema Será Preciso Reestatizar para Crescer, foi promovido pela Fecomércio-SP. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também participou do evento e concordou com o ex-ministro. Ele prevê uma alta na taxa após um período de observação sobre o desempenho da economia, fato que ele classificou como sendo um comportamento de cautela das autoridades monetárias.

Belluzzo criticou o frequente uso de correção para cima da Selic como forma de controle inflacionário. “Há uma certa concentração, às vezes, do Banco Central, em manejar, exclusivamente, a taxa de juros, mas pode se usar outros instrumentos “. Entre as alternativas defendidas por ele, estão o aumento do depósito compulsório e o controle quantitativo do crédito.

Na avaliação de Belluzzo, a pressão sobre os juros pode provocar efeitos sobre a situação cambial e, numa comparação com a estratégia seguida pela China, observou que, “para o controle do câmbio, os chineses tomam o cuidado de não usar, excessivamente, a taxa de juros porque isso pode apreciar a sua moeda de forma indesejável.”

Para José Celso Pereira Cardoso Jr., diretor de Estudos e Políticas do Estado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Selic não deve ter mais do que 1 ponto percentual de alta até o final do ano “porque o que está em curso é um ajuste marginal da taxa para compatibilizar o crescimento da economia de 5% com a manutenção da inflação dentro da meta, que é de 4,5%”.

Já o presidente do conselho de Planejamento Estratégico da Fecomércio-SP, Paulo Rabello de Castro, acredita em elevação da taxa, mas discorda do ajuste por considerar a medida uma “má política”. Para Castro, uma melhor racionalização dos gastos públicos seria uma alternativa para evitar a política de elevação dos juros. “Não significa cortar gastos, mas pensar antes de gastar”, defendeu ele, enfatizando que uma política fiscal nesse sentido implicaria em sobra de recursos para serem aplicados em saúde, educação e serviços públicos.

Acompanhe tudo sobre:Delfim NettoEconomistasInflaçãoJurosPolítica monetária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor