Economia

Delfim Netto pede desculpas às empregadas domésticas

Ex-ministro da Fazenda declarou na TV que "quem teve este animal, teve; quem não teve nunca mais vai ter", em referência às empregadas

No fim do pedido oficial de desculpas à categoria, Delfim Netto considera o episódio uma "tempestade num copo d''água" (Wikimedia Commons/EXAME.com)

No fim do pedido oficial de desculpas à categoria, Delfim Netto considera o episódio uma "tempestade num copo d''água" (Wikimedia Commons/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2013 às 13h06.

São Paulo - O Instituto Doméstica Legal, que representa 7,2 milhões de trabalhadores da categoria, obteve um pedido público de desculpas do ex-ministro da Fazenda Antonio Delfim Netto, registrado em cartório, pela declaração feita pelo economista na TV a respeito deste profissional.

No dia 4 do mês passado, Delfim disse no programa "Canal Livre", da Rede Bandeirantes, que "quem teve este animal, teve; quem não teve nunca mais vai ter", em referência à empregada doméstica.

Delfim afirmou que "em momento algum desejou referir-se à classe das empregadas domésticas de maneira pejorativa". O economista argumentou, em seu pedido público de desculpas, registrado no 8.º Cartório Tabelião de Notas da capital paulista no início deste mês, que a frase pinçada do contexto distorce a ideia elaborada.

Segundo Delfim Netto, a intenção foi mostrar que no processo de ascensão social em curso na sociedade brasileira, a figura deste profissional tende a desaparecer. "É preciso entender em que sentido foi feito o comentário", disse o ex-ministro.

Em seu pedido de desculpas, Delfim justifica o emprego do termo "animal", usado pelo economista britânico John Maynard Keynes, criado durante a Grande Depressão, para descrever as motivações psicológicas de empresários, consumidores e investidores.

"Os economistas (eu, inclusive) usam corriqueiramente a expressão ''fazer nascer o espírito animal dos empresários'' como forma de despertá-los para oportunidades de investimento e não me lembro de nenhum empresário que tenha se declarado ofendido ou humilhado."

No fim do pedido oficial de desculpas à categoria, Delfim Netto considera o episódio uma "tempestade num copo d''água", que ocorreu em razão do uso de uma expressão infeliz, pelo qual ele se penitencia.

Acompanhe tudo sobre:Delfim NettoEconomistasEmpregados domésticosMercado de trabalhoMulheresPolítica

Mais de Economia

“Não basta pacote estar na direção certa, tem de chegar ao destino de interromper alta da dívida”

Governo anuncia nova liberação de emendas e total é de R$ 7,7 bilhões até esta sexta

Câmara deve iniciar votação da Reforma Tributária na segunda-feira