Dinheiro: pagamento do auxílio emergencial entre abril e dezembro deste ano representa a maior despesa primária relacionada à pandemia do novo coronavírus (Mario Tama/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de setembro de 2020 às 15h13.
Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 15h28.
O Ministério da Economia piorou suas projeções e estima agora um déficit do setor público consolidado de 891,1 bilhões de reais em 2020 (12,4% do PIB). A última previsão, feita no fim de julho, era de um déficit de 11,3% do PIB. Os dois casos consideram um recuo de 4,7% no produto interno bruto (PIB) deste ano, conforme a previsão da Secretaria de Política Econômica (SPE) da pasta.
Para o Governo Central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central), a estimativa é de déficit de 866,4 bilhões de reais em 2020 (12,1% do PIB). Antes, a previsão era de 11% do PIB.
De acordo com a apresentação do Ministério da Economia, as medidas relacionadas à covid-19 têm impacto primário de 605 bilhões de reais em 2020, o que corresponde a 8,4% do PIB. As novas previsões consideram um gasto adicional de 67,6 bilhões de reais com o pagamento do auxílio emergencial até o fim do ano.
O secretário da Fazenda, Waldery Rodrigues, lembrou que esses gastos fazem parte do chamado "orçamento de guerra", aprovado pelo Congresso Nacional.
O pagamento do auxílio emergencial entre abril e dezembro deste ano representa a maior despesa primária relacionada à pandemia do novo coronavírus, chegando a 321,8 bilhões de reais, já considerando os novos pagamentos de 300 reais até o fim do ano.
Desconsiderando o impacto primário de medidas contra a covid-19, o déficit primário do Governo Central ainda seria de 261,4 bilhões de reais em 2020. Até o último dia 2 de setembro, as despesas pagas relacionadas à covid-19 somam 366,9 bilhões de reais.
O Ministério da Economia prevê que a dívida bruta do governo geral (DBGG) fique em 94,6% do PIB no cenário base, que considera um recuo de 4,7% no PIB brasileiro em 2020. No pior cenário, em que o PIB recua 6,7%, a DBGG iria para 96,9%.
A previsão para a dívida líquida do setor público é alcançar 67,9% do PIB em 2020 no cenário base e 69,7% do PIB no pior cenário. Já a necessidade de financiamento fica em 17% do PIB no cenário base e 17,6% do PIB no pior cenário.