Cana de açúcar: diferença entre oferta e demanda poderá ampliar-se à medida que aumenta a preocupação com a falta de chuvas no centro-sul do Brasil (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2014 às 14h26.
São Paulo - Um ritmo mais forte no consumo mundial de açúcar e problemas na produção do Brasil poderão levar o mercado global da commodity a um déficit em 2014/15, revertendo superavits vistos desde 2011, previu nesta terça-feira a consultoria Datagro.
"Com o aumento do consumo e tendo em vista que a produção pode não superar o volume atual, já é possível antecipar uma reversão dos superavits anteriores, e a observação de um déficit em 14/15 (outubro-setembro)", disse a consultoria em nota.
Segundo a Datagro, esta diferença entre oferta e demanda poderá ampliar-se à medida que aumenta a preocupação com a falta de chuvas no centro-sul do Brasil, maior produtor e exportador global da commodity.
Um clima quente e seco no início do ano no centro-sul, que responde por 90 por cento da safra nacional de cana, tem levado consultorias a revisarem suas estimativas para a moagem em 2014/15, que pode ficar abaixo das 596 milhões de toneladas do ciclo anterior.
A Datagro também citou em nota que uma retração nos preços afetou a sustentabilidade do setor no Brasil, a despeito da depreciação cambial.
A consultoria, porém, não divulgou sua estimativa de quanto seria este déficit global em 14/15.
Já no ciclo 2013/14, o superavit da produção mundial de açúcar deve ficar em 2,62 milhões de toneladas, contra 9,89 milhões de toneladas do ciclo anterior.
A Datagro projeta taxa maior de crescimento do consumo mundial de açúcar de 2,25 por cento/ano, em relação ao ciclo anterior 2,09 por cento.
Entre os principais consumidores, a Datagro destaca a Indonésia, cujo consumo deve ganhar força em função do aumento populacional e da renda per capita, atingindo 5,30 milhões de toneladas em 2014, em relação a 5,15 milhões de toneladas em 2013.
Com isso, as importações do país asiático são estimadas em 3,7 milhões de toneladas em 2014, contra de 3,4 milhões de toneladas no ano anterior.