Economia

CUT critica autonomia excessiva do BC a Mantega

CUT diz que atual política econômica funciona como freio ao crescimento e à geração de emprego

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebe nesta quarta-feira documento da CUT, criticando atuação do Banco Central.  (.)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recebe nesta quarta-feira documento da CUT, criticando atuação do Banco Central. (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - Apesar de reconhecer avanços no gerenciamento da economia, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) critica, em documento a ser entregue hoje ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, a "autonomia excessiva" do Banco Central (BC). De acordo com a central sindical, a condução da política econômica "baseada em um centralismo e uma autonomia excessiva do Banco Central" funciona como freio ao crescimento econômico e à geração de emprego.

Para a CUT, o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria levar em conta na definição da taxa de juros o equilíbrio de três metas: inflação, crescimento e emprego. "O modelo de BC autônomo em vigor no Brasil desde o final da década de 1990, pressupõe como guia exclusivo de ação a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional. O dilema é o de sempre: até onde a retomada do nível de atividade pode acelerar a inflação? Vale lembrar que os efeitos altos da economia são perversos", afirma o documento.

O texto faz parte do cenário econômico da reunião da direção nacional da CUT, que ocorre hoje e amanhã, em Brasília. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fará hoje uma palestra aos participantes do encontro.

A questão da autonomia do BC ganhou destaque no cenário político esta semana após o pré-candidato do PSDB José Serra ter dito, na segunda-feira em entrevista à Rádio CBN, que o presidente deve "fazer sentir sua posição" se a instituição cometer erros. No entanto, sem responder diretamente à questão sobre autonomia, o ex-governador paulista disse que "não haverá virada de mesa".

Já ontem, o tucano afirmou que o BC "tem de ter autonomia", mas deve estar "integrado com a política econômica do governo e com o Presidente da República". "O Banco Central tem de estar voltado para a estabilidade de preços e o desenvolvimento. Por isso, é preciso ter entrosamento."

Dilma e Marina
No mesmo dia da entrevista de Serra à rádio, sua adversária, a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse que considera "importantíssima" a autonomia do BC. E ontem, em Rio Grande (RS), ela defendeu que a instituição mantenha sua atual autonomia operacional sem a necessidade de formalização da independência do órgão. “Não é necessário a gente introduzir nenhuma modificação e não acho prudente mexer em time que está ganhando.”

A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu a manutenção da política macroeconômica e a independência não institucional do BC, que, segundo ela, mostraram-se acertadas em tempos de crise. "A experiência brasileira mostra que o caminho da autonomia não institucional é positiva", afirmou.

Leia mais sobre o Banco Central ou Eleições 2010

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCelebridadesCopomDilma RousseffGuido MantegaJurosMarina SilvaMercado financeiroPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor