Economia

Cristina 'malviniza' economia Argentina

De acordo com analista político, a presidente está apelando ao nacionalismo para esconder os reais problemas do país

O monumento das Ilhas Malvinas em Ushuaia, na Argentina (©AFP / Juan Mabromata)

O monumento das Ilhas Malvinas em Ushuaia, na Argentina (©AFP / Juan Mabromata)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2012 às 09h58.

Buenos Aires - A presidente Cristina Kirchner celebrou em várias ocasiões na semana passada a "recuperação da soberania energética" e a "reargentinização" da empresa petrolífera YPF, expropriada na segunda-feira. Até a manhã daquele dia, a companhia era subsidiária da espanhola Repsol. Mas, ao meio-dia, a presidente, em rede nacional de rádio e TV, anunciou a expropriação da empresa, que antes de ser privatizada, em 1992, foi a maior estatal da história do país.

O discurso da presidente - em tom épico - foi interrompido por frenéticas ovações e cânticos de seu partido, o Justicialista (Peronista), de forma similar à declaração do calote da divida dos títulos públicos com os credores privados feita pelo então presidente provisório Adolfo Rodríguez Saá, em dezembro de 2001, em meio aos aplausos de todo o Parlamento.

O analista político Rosendo Fraga disse ao Estado que a presidente Cristina está "malvinizando" a política econômica, em alusão às Ilhas Malvinas, arquipélago reivindicado pela Argentina e principal causa nacional do país. A presidente, segundo ele, está apelando ao nacionalismo para esconder os reais problemas do país, entre os quais a pobreza, a crescente criminalidade, a escalada da inflação, a queda dos investimentos estrangeiros e a fuga de divisas.

O Produto Interno Bruto (PIB), neste ano, deverá crescer 4%, muito inferior à expansão de 2011, de 9,2%, segundo cálculos da consultoria Econiews, comandada pelo ex-secretário de Finanças Miguel Kiguel. O consumo geral também acompanhará esse declínio. Segundo Guillermo Olivetto, presidente da consultoria W, passaria dos 8% de 2011 para um crescimento de somente 4% em 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCristina KirchnerEnergiaPetróleoPolíticos

Mais de Economia

BNDES firma acordo de R$ 1,2 bilhão com a Agência Francesa para projetos no Brasil

Se Trump deportar 7,5 milhões de pessoas, inflação explode nos EUA, diz Campos Neto

Câmara aprova projeto do governo que busca baratear custo de crédito