Crises políticas que freiem reformas são risco para Brasil, diz S&P
Para a analista responsável pelo Brasil na agência de classificação de risco. agenda de produtividade e de reequilíbrio fiscal são prioridades
Agência O Globo
Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 08h01.
São Paulo — Após elevar a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva, a Standard&Poor’s avalia que um eventual freio na aprovação das reformas e um crescimento menor que o esperado são os principais riscos no horizonte para a economia, afirma Livia Honsel, analista para Brasil da agência de classificação de risco.
"O déficit nominal e a redução da Taxa Selic. A perspectiva é que o Brasil seguirá em trajetória de redução do déficit até 2022. Embora as despesas ainda sejam maiores que as receitas, a aprovação da reforma da Previdência e a redução de gastos contribuem para perspectiva mais positiva. Sobre os juros, a projeção é que o patamar baixo pode favorecer o financiamento do governo, levando mais flexibilidade para a parte fiscal. Seguimos acompanhando para avaliar se haverá ou não materialização das perspectivas."
Para Livia, produtividade é um dos caminhos que a economia brasileira deve buscar.
"Se o Brasil conseguir aprovar mais reformas, principalmente as que melhoram a produtividade, a tendência é contribuir positivamente para o rating, mas não de forma imediata. Sabemos que as reformas que estão em pauta não são fáceis. Tomam tempo e precisam de negociação. Os principais riscos são desdobramentos políticos que levassem a algum tipo de freio na aprovação das reformas. Um crescimento da economia menor que o projetado também influenciaria." Não temos como definir prazo para afirmar se vai subir o rating. Normalmente, em um ano, os parâmetros são definidos. Mas isso não impede que alguma mudança seja feita antes.