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Crise de energia afeta preços de alimentos e inflação, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central afirmou que os choques climáticos podem ter impacto de longo prazo e afetam a taxa de juros neutra

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, atentou para o impacto da atual crise de energia sobre a inflação no país (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 2 de junho de 2021 às 10h20.

O presidente do Banco Central , Roberto Campos Neto , destacou nesta quarta-feira, 2, o impacto da atual crise de energia sobre a inflação no país, frisando que as questões relacionadas às mudanças climáticas têm ligação direta com o mandato dos bancos centrais.

"Olhamos para essas questões (climáticas) e vemos como isso afeta a política monetária. Tivemos todos esses choques, quer dizer, isso está de volta no Brasil porque estamos falando sobre crise de energia no Brasil de novo, porque não está chovendo o suficiente", disse Campos Neto durante seminário organizado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS na sigla em inglês) .

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"Então isso tem um efeito em inflação, nos preços dos alimentos, tem um efeito em tudo o que fazemos."

Segundo Campos Neto, os choques climáticos podem ter um impacto de longo prazo e afetam a taxa de juros neutra – "que é algo sobre o qual temos aprendido mais e mais" – e também a estabilidade financeira.

Em sua intervenção, o presidente do BC também defendeu que os governos evitem regular os mercados de carbono por meio da taxação, pontuando que o mais eficiente é estimular a criação de um mercado para vendedores e compradores.

"A precificação do carbono, e ter um mercado mundial coordenado de carbono, seria uma das principais coisas que poderíamos fazer", afirmou.

"Acho que taxar o carbono levaria o governo a alocar recursos assumindo que eles sabem as preferências da sociedade, e isso nem sempre é verdadeiro. Precificação é sempre melhor que taxação."

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