São Paulo - Se do outro lado do Atlântico o quadro econômico está tenso, veio do hemisfério norte a melhor notícia dos últimos dias: Estados Unidos criam 290 mil vagas em abril.

O número superou as expectativas do mercado e fortaleceu a tese de que o principal motor da economia mundial volta a funcionar. E mais: o excelente desempenho do setor industrial - criação de 44 mil vagas, o melhor resultado mensal em 12 anos - mostra que o sistema produtivo americano está reagindo ao tombo levado nos últimos dois anos.

Um relatório da LCA Consultores salienta que até o crescimento do desemprego de 9,7% em março para 9,9% em abril é positivo. "É um sinal alvissareiro de que o desalento está diminuindo", diz o texto. Em outras palavras, a confiança dos americanos na recuperação da economia está incentivando a procura por uma ocupação. No curto prazo, o desemprego aumenta, mas a tendência é de diminuição do índice.

Se essa recuperação da maior economia do mundo for consistente, chegará o momento de o Federal Reserve (Fed) iniciar a retirada dos estímulos monetários. "Esperamos que o ciclo de elevação de juros nos EUA tenha início no último trimestre de 2010", prevê o departamento econômico da LCA. 

Resta ao Fed determinar o momento certo de executar essa tarefa. Nem tão cedo para não sufocar a recuperação, nem tão tarde para não deixar a inflação voltar.