Economia

Criação de vagas salta nos EUA e desemprego tem mínima de 49 anos

O aumento constante dos salários tem mantido os trabalhadores na força de trabalho e atraído de volta aqueles que haviam saído

EUA: criação de vagas de emprego saltou em abril (Thomas Peter/Reuters)

EUA: criação de vagas de emprego saltou em abril (Thomas Peter/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de maio de 2019 às 09h52.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 11h29.

Washington — A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos saltou em abril e a taxa de desemprego caiu para uma mínima de mais de 49 anos, a 3,6 por cento, apontando para um crescimento econômico sólido no país.

O relatório mensal do Departamento de Trabalho divulgado nesta sexta-feira, no entanto, mostrou ganhos salariais contínuos no mês passado, consistente com a inflação moderada. O declínio na taxa de desemprego foi decorrente do número de pessoas que deixaram a força de trabalho, sugerindo alguma ociosidade no mercado.

O relatório deu apoio à decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros e sinalizar pouco desejo de ajustar a política monetária em breve. O chairman do Fed, Jerome Powell, descreveu a economia e o crescimento do emprego como "um pouco mais fortes do que prevíamos" e a inflação como "um pouco mais fraca".

Foram criadas 263 mil vagas de emprego fora do setor agrícola a no mês passado, em meio a ganhos no número de contratações em quase todos os setores. Os dados de fevereiro e março foram revisados para mostrar 16 mil postos a mais do que o reportado anteriormente.

Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 185 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado.

O crescimento do emprego está bem acima dos cerca de 100 mil necessários por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.

O segundo mês de forte crescimento no número de vagas emprego é mais uma prova de que o fraco aumento de 56 mil vagas em fevereiro foi uma anormalidade. Os dados também aliviam efetivamente as preocupações sobre uma recessão e diminuem as expectativas de um corte na taxa de juros neste ano, que haviam sido provocadas por uma breve inversão da curva de rendimentos dos Treasuries em março.

O crescimento do emprego continua forte, apesar dos sinais de escassez de trabalhadores nos setores de transporte, manufatura e construção, sugerindo que ainda há alguma folga no mercado de trabalho.

O aumento constante dos salários tem mantido os trabalhadores na força de trabalho e atraído de volta aqueles que haviam saído. Os ganhos médios por hora aumentaram seis centavos, ou 0,2 por cento em abril, após subirem pela mesma margem em março. Isso manteve o aumento anual dos salários em 3,2 por cento.

Embora o crescimento salarial não seja forte o suficiente para elevar a inflação, ele é visto como suficiente para sustentar o crescimento econômico à medida que o estímulo do corte de 1,5 trilhão de dólares em impostos no ano passado diminui. A economia cresceu a uma taxa anualizada de 3,2 por cento no primeiro trimestre, impulsionada por um aumento nas exportações e estoques e acelerando a partir do ritmo de 2,2 por cento do período entre outubro e dezembro.

O declínio na taxa de desemprego de 3,8 por cento em março ocorreu pela saída de 490 mil pessoas da força de trabalho em abril. A taxa de desemprego está agora abaixo dos 3,7 por cento que as autoridades do Fed projetam que ficará até o final do ano.

Alguns economistas esperam que o crescimento dos empregos desacelere este ano, à medida que menos trabalhadores se tornarem disponíveis, o que elevará os salários e impulsionará a inflação de volta à meta de 2 por cento do Fed.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEmpregosEstados Unidos (EUA)

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação