O aquecimento da economia brasileira nos últimos meses, que se refletiu na recuperação de parte da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já começa a ser reconhecida no exterior. Segundo o jornal britânico Financial Times, Lula "celebra uma retomada que seus mais ferozes críticos nunca pensaram ser possível". Para o Financial, o presidente está colhendo os frutos das medidas austeras que tomou no início do mandato e que empurraram o país para a recessão em 2003, quando o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,2%.

Entre os pontos positivos do governo, o jornal destaca o crescimento da produção industrial no primeiro semestre, a expectativa de que o PIB cresça 4% neste ano e a alta de 9 pontos percentuais na popularidade de Lula, de acordo com a pesquisa de agosto da CNT/Sensus. Outro destaque foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a taxação dos funcionários públicos inativos.

Alguns fatores, porém, podem comprometer o desempenho do país. No curto prazo, o Financial Times cita os possíveis impactos dos elevados preços do petróleo no mercado internacional sobre a inflação, caso os combustíveis precisem ser reajustados. A esperada alta gradual da taxa de juros americana também é um desafio para a atração de investimentos para o Brasil. Continuar atraente para os investidores, aliás, é um pré-requisito para fomentar a expansão da capacidade produtiva, principal desafio do governo no médio prazo. A melhoria e expansão da infra-estrutura de transporte também foi lembrado pelo jornal britânico .