Imóveis: entre janeiro e outubro, o crédito cresceu 34% ante o mesmo período do ano passado (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 14h03.
São Paulo - O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octávio de Lazari Junior, disse, nesta terça-feira, 3, que espera um crescimento de 15% a 20% nos financiamentos em 2014. "Prevemos um crescimento de 15%, que é uma perspectiva moderada. Eu acredito que avançaria até 20%", disse.
Na avaliação do executivo, a expansão do crédito será sustentada pelo apetite dos bancos pela carteira imobiliária, associada à recuperação das empresas de construção e boas condições de emprego e renda da população. "A tendência é muito positiva", acrescentou.
Lazari também reiterou a estimativa de que o crédito imobiliário para compra e construção de imóveis no País ultrapasse os R$ 100 bilhões em 2013. A projeção de alta é o equivalente a um crescimento na faixa dos 20% em relação a 2012, quanto totalizou R$ 82,76 bilhões. Os dados contabilizam apenas os financeiros cujos recursos provêm da poupança.
Entre janeiro e outubro, o crédito cresceu 34% ante o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 88,0 bilhões, segundo Lazari. "É mais do que todo o ano de 2012". Segundo o executivo, a concessão de financiamentos segue consistente para pessoas físicas. Neste segmento, a alta acumulada no ano está na faixa de 40%, atingindo R$ 63 bilhões.
Ele destacou, no entanto, a recuperação dos financiamentos para as empresas de construção, que fecharam o ano de 2012 em queda de 20% e nos primeiros dez meses de 2013 já subiram 19%. "Isso mostra capacidade de realização dos empreendedores brasileiros", frisou.
O presidente da Abecip disse também que a fatia do crédito imobiliário em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do País subiu para 8% no fim de outubro, ante patamar entre 5% e 6% em 2012. Na sua opinião, os financiamentos ainda têm condições para crescer frente à economia brasileira, e não há risco de bolha imobiliária.
"Quem fala de bolha é o pessoal de fora. Quando isso acontece, convidamos essas pessoas a vir ao Brasil, ver a situação de perto", afirmou, explicando que a grande maioria dos compradores brasileiros adquire o imóvel para morar e não para especular como ocorreu em outros países.
Além disso, os financiamentos representam 62% do valor dos imóveis financiados aqui, enquanto nos países que enfrentaram bolhas chegavam a até 100%. Octávio de Lazari Junior foi reeleito para mais um mandato de dois anos à frente da Abecip. O executivo, proveniente do Bradesco, assumiu o comando da associação em 2011.