Economia

Credit Suisse prevê inflação em 6,7%, acima da meta

Na atualização de cenário para a economia brasileira, a instituição financeira prevê que a inflação estourará a meta em 2015


	Credit Suisse: para 2016, o banco aposta em desaceleração para 6,2%
 (Fabrice Coffrini/AFP)

Credit Suisse: para 2016, o banco aposta em desaceleração para 6,2% (Fabrice Coffrini/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 10h25.

São Paulo - O banco Credit Suisse está mais pessimista em relação à inflação comparado ao restante do mercado. Na atualização de cenário para a economia brasileira, a instituição financeira prevê que a inflação estourará a meta em 2015, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerando para 6,7% no próximo ano.

Para o mercado, segundo a pesquisa Focus, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 6,49%. Para 2016, o Credit Suisse aposta em desaceleração para 6,2%.

Para a equipe liderada pelo economista Nilson Teixeira, três fatores principais explicam a aposta de estouro da meta no próximo ano: preços administrados, desvalorização do câmbio e normalização dos impostos.

Os três itens, cita a instituição financeira, "justificam nossa projeção do IPCA acima do teto da inflação em 2015".

A gasolina, por exemplo, deve sofrer impacto da volta da Cide, diz o Credit Suisse. Para o banco, o governo deve retornar com a cobrança do tributo com R$ 0,12 por litro em janeiro de 2015.

O aumento não pararia por aí. Com um aumento gradual, a equipe de Teixeira prevê Cide de R$ 0,22 em janeiro de 2016. "Os aumentos terão impacto, respectivamente, de 0,15 ponto porcentual e de 0,12 ponto no IPCA", diz.

Na energia elétrica, o banco estima aumento médio de 8,9% no início de 2015 gerado pela atualização dos preços no mercado elétrico.

Também há expectativa de aumento de preço dos transportes públicos nas grandes cidades. São Paulo, cita o Credit Suisse, não tem reajustes desde 2011.

Na área tributária, o fim de benefícios deve aumentar preços ao consumidor em setores domo automóveis e linha branca.

Por isso, os preços administrados devem ter alta 7,3% no próximo ano. Isso deve acelerar expressivamente a inflação ligada às tarifas públicas que deve terminar o ano de 2015 com alta de 5,5%.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoCredit SuisseEmpresasEmpresas suíçasEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCA

Mais de Economia

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese

Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos