Economia

Cotação do dólar pode pressionar os preços dos alimentos

A alta cotação do dólar no Brasil pode "pressionar" os preços dos alimentos, com um maior impacto em hortaliças, legumes e verduras, advertiram especialistas


	Dólares: o dólar fechou hoje com um valor de R$ 2,834 para a venda na taxa de câmbio comercial
 (Flickr/Creative Commons/401kcalculator.org)

Dólares: o dólar fechou hoje com um valor de R$ 2,834 para a venda na taxa de câmbio comercial (Flickr/Creative Commons/401kcalculator.org)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 22h44.

São Paulo - A alta cotação do dólar no Brasil, que nesta semana alcançou o nível máximo desde 2004, pode "pressionar" os preços dos alimentos, com um maior impacto em hortaliças, legumes e verduras, advertiram especialistas à Agência Efe nesta sexta-feira.

O dólar fechou hoje com um valor de R$ 2,834 para a venda na taxa de câmbio comercial, uma cotação que pode elevar a importação de insumos utilizados pelo setor no curto prazo, segundo comentou à Efe o vice-presidente de Produtos do banco de crédito corporativo Indusval & Partners (BI&P), André Mesquita.

O economista indicou que produtos como hortaliças, legumes e verduras recebem um maior impacto com a alta do preço dos insumos utilizados em sua produção, diferente do que ocorre com matérias-primas agrícolas como soja, milho, café e açúcar, que compensam essa despesa com exportações em dólares.

"Esse é um mercado de ajuste muito rápido; se aumenta o custo da produção isso rapidamente se transfere para o preço que chega ao consumidor", explicou Mesquita.

No caso das matérias-primas, o economista do BI&P destacou que, apesar do aumento dos custos de produção, o dólar alto ajuda mais ao produtor exportador.

"O dólar valorizado ajuda à agroindústria e ele já esta ajudando este ano porque muitos insumos foram comprados antes com um dólar a R$ 2,60, embora esse efeito não seja transferido totalmente para uma colheita que viverá com um real desvalorizado, como será a de 2016", opinou Mesquita.

Por sua vez, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, disse à Efe que a desvalorização do real permitirá que a balança comercial tenha um superávit de US$ 8 bilhões em 2015, frente ao déficit de um pouco mais de US$ 3 milhões com os quais fechou 2014.

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