Economia

Coronavírus: FMI pede "resposta internacional coordenada"

De acordo com a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, países devem fazer estímulos fiscais

Coronavírus: economia mundial deve sofrer impacto de epidemia com recessão (Antonio Masiello/Getty Images)

Coronavírus: economia mundial deve sofrer impacto de epidemia com recessão (Antonio Masiello/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 9 de março de 2020 às 11h20.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 14h55.

São Paulo — As autoridades de políticas monetárias governamentais precisarão implementar medidas fiscais, monetárias e financeiras "substanciais" direcionadas para combater o impacto econômico do coronavírus que se espalha rapidamente, afirmou nesta segunda-feira a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath.

Em uma postagem no blog do site do FMI, Gopinath disse que suas principais recomendações envolvem colocar dinheiro diretamente nas mãos de famílias e empresas. Os amplos cortes nas taxas de juros poderão gerar confiança, mas serão eficazes para estimular a atividade apenas quando as condições dos negócios normalizarem, acrescentou.

"As famílias e empresas atingidas por interrupções no fornecimento e queda na demanda poderão ser direcionadas para receber transferências de dinheiro, subsídios salariais e isenção de impostos, ajudando as pessoas a atender às suas necessidades e as empresas a permanecerem à tona", escreveu Gopinath.

Gita Gopinath também disse que governos devem aplicar "uma resposta internacional coordenada".

A economista-chefe também disse que os bancos centrais deverão ficar prontos para fornecer ampla liquidez a bancos e empresas financeiras não bancárias, "particularmente àqueles que emprestam para pequenas e médias empresas, que podem estar menos preparados para suportar uma forte ruptura".

Os governos também podem oferecer garantias de crédito temporárias e direcionadas para as necessidades de liquidez de curto prazo dessas empresas, e os reguladores e supervisores do mercado financeiro também podem incentivar, de forma temporária e com prazo determinado, extensões dos vencimentos dos empréstimos, disse.

Mais abaixo em sua lista há um estímulo monetário mais amplo, como cortes nas taxas e compras de ativos. Isso poderá aumentar a confiança e apoiar os mercados financeiros se houver um risco acentuado de um aperto considerável nas condições financeiras.

“O estímulo fiscal de base ampla, consistente com o espaço fiscal disponível, poderá ajudar a elevar a demanda agregada, mas provavelmente será mais eficaz quando as operações comerciais começarem a normalizar”, disse.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusFMI

Mais de Economia

Congelamento de R$ 15 bi no Orçamento será oficializado nesta segunda

Brasil exporta 31 mil toneladas de biscoitos no 1º semestre de 2024

Corte anunciado por Haddad é suficiente para cumprir meta fiscal? Economistas avaliam

Qual é a diferença entre bloqueio e contingenciamento de recursos do Orçamento? Entenda

Mais na Exame