Economia

Copom, Iraque e FMI definirão comportamento do mercado financeiro

Esta semana começa com vários fatores determinantes para o futuro dos indicadores brasileiros: Iraque, Copom e FMI. Em primeiro, vem a reunião do Copom, na quarta e na quinta-feira (19 e 20/3). Além de todas as prévias de inflação que serão divulgadas nesta semana, que precisam corroborar a queda dos índices, detectadas na semana passada, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

Esta semana começa com vários fatores determinantes para o futuro dos indicadores brasileiros: Iraque, Copom e FMI. Em primeiro, vem a reunião do Copom, na quarta e na quinta-feira (19 e 20/3). Além de todas as prévias de inflação que serão divulgadas nesta semana, que precisam corroborar a queda dos índices, detectadas na semana passada, a crise EUA-Iraque continua a tirar o sono dos investidores. Já foi mostrado que o investidor que aplica no Brasil tem mais preocupação com os fundamentos internos da economia do que com os impactos de uma eventual guerra no Brasi. Vamos, abaixo, apresentar as perspectivas da semana:

Copom - O mercado espera que o Banco Central mantenha a taxa básica de juros mais um mês em 26,5%, após a alta de um ponto percentual no mês anterior exatamente para conter a alta da inflação. "Essa foi a segunda alta do juros no governo Lula. Esperamos que os aumentos tenham cessado e que na próxima reunião haja manutenção", afirma a consultoria Global Invest.

Já o CSFB acredita que o governo deve elevar a taxa em 1 ponto percentual ainda por conta da queda lenta da inflação. " Nossa avaliação é que a estratégia correta do Copom seria elevar os juros apesar da valorização do real", diz o banco. "Isso porque uma política monetária mais elevada é necessária para combater o movimento de deterioração das expectativas de inflação. Haverá uma pressão adicional sobre a inflação proveniente dos reajustes salariais que deverão tomar por base nos próximos meses, o que pode pressionar ainda mais a inércia inflacionária." A Global Invest aponta para uma nova alta nos preços administrados, principalmente do petróleo e dos derivados, e da energia elétrica.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) acredita na manutenção da taxa Selic (taxa básica de juros da economia) durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana. "A inflação está dando sinais de que vem caindo e isso é muito positivo. Por outro lado, há um cenário externo, que pode representar um quadro de instabilidade. Considero então, evidente, que a postura do Copom terá que levar em conta todas essas variáveis. E eu acho possível manter a taxa atual e se adotar, dependendo da evolução do quadro externo, espero, um viés de baixa", afirmou o presidente da entidade, Armando Monteiro Neto.

Ele também defendeu a diminuição dos spreads bancários, que são a diferença entre as taxas de empréstimos (ou taxas ativas) praticadas pelos bancos ou agentes financeiros junto aos tomadores de crédito e a taxa de captação, que é a base da remuneração dos poupadores: "Creio que há espaço para a redução dos spreads porque são margens. Hoje há uma rigidez muito elevada nas margens de intermediação e com a combinação de algumas medidas, sejam elas na área legislativa ou ainda medidas que estimulem maior concorrência no setor financeiro, podemos sim chegar a uma redução dos spreads", declarou.

Iraque - A crise entre Estados Unidos e Iraque está também tomando a atenção do mercado. O efeito cascata que aumenta o custo do barril de petróleo, que aumenta o preço da gasolina e eleva a inflação, tem deixado todos de orelhas em pé. É nesta segunda-feira (17/3) que o presidente americano George W. Bush saberá se o ultimato na ONU dado no final de semana dará certo. Bush, durante cúpula em Portugal, pediu para que a Organização das Nações Unidas permita o ataque contra o país de Saddam Hussein. "Nós concluímos que amanhã (segunda) é o momento da verdade para o mundo. Esta cúpula nos Açores é a última iniciativa diplomática para o Iraque se desarmar", disse Bush. "O Iraque vai ser desarmar sozinho ou será desarmado por meio da força", completou. Bush disse que a decisão para evitar uma guerra é apenas de o presidente do Iraque, Saddam Hussein, referindo-se ao possível exílio do líder Iraquiano. "Ele pode evitar a guerra, se deixar o governo e livrar o povo iraquiano."

A situação está tensa. O Conselho de Segurança da ONU pediu para que os inspetores de armas deixem o país. O mesmo está sendo feito no Kuait, onde EUA e Reino Unido ordenaram a saída de seus cidadãos. Às 12 horas (horário de Brasília), o Conselho de Segurança se reúne a portas fechadas para decidir o impasse.

FMI - Outro destaque da semana é a ratificação do acordo de US$ 4,1 bilhões com o FMI. O FMI deve divulgar nesta segunda-feira (17/3) o novo Memorando de Política Economica e o Memorando Técnico de Entendimentos. O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse não ter ainda decisão sobre se o Brasil sacará ou não os recursos. No final de fevereiro, as reservas internacionais do Brasil estavam em US$ 38,53 bilhões, sendo deste total US$ 21,23 bilhões (55%) recursos de empréstimos do FMI. O acordo prevê, para este ano, a possibilidade de o Brasil sacar cerca de US$ 24,6 bilhões em empréstimos do FMI se as revisões ao longo do ano forem todas aprovadas.

Estados Unidos - O Comitê de Política Monetária do Fed se reúne nesta terça-feira (18/3) para examinar a taxa de juros, que está em 1,25% desde novembro, seu nível mais baixo nos últimos 42 anos. Uma nova redução de 0,25 ponto percentual levaria a taxa a um patamar simbólico de 1%, a menor desde 1958.

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