Economia

Contas externas tiveram déficit de US$ 3,5 bilhões em maio

No mesmo mês do ano passado, o resultado havia sido superávit de US$ 2,5 bilhões

Reservas internacionais estão em US$ 346,4 bilhões, diz BC (Arquivo/Agência Brasil)

Reservas internacionais estão em US$ 346,4 bilhões, diz BC (Arquivo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de agosto de 2022 às 14h05.

Última atualização em 26 de agosto de 2022 às 14h10.

As contas externas brasileiras apresentaram déficit de US$ 3,5 bilhões em maio de 2022. No mesmo mês do ano passado, o resultado havia sido superávit de US$ 2,5 bilhões. Os números resultam das compras e vendas de mercadorias, serviços e transferências de renda entre o Brasil e outros países.

De acordo com as estatísticas do setor externo, divulgadas hoje, 26, pelo Banco Central, na comparação interanual, houve “redução de US$ 3,9 bilhões no saldo da balança comercial de bens e aumentos de US$ 743 milhões e de US$ 1,4 bilhão nos déficits em serviços e em renda primária, respectivamente”.

Com relação às transações correntes observadas nos 12 meses encerrados em maio, o resultado foi deficitário em US$ 32,9 bilhões, o que corresponde a 1,89% do Produto Interno Bruto (PIB, que é a soma de todas riquezas produzidas no país). No mês anterior, o valor estava em US$ 26,8 bilhões (1,57% do PIB); e em maio de 2021 estava em US$ 19,1 bilhões (1,3% do PIB).

Segundo a autoridade monetária, a balança comercial de bens foi superavitária no mês de maio de 2022, em US$ 3,4 bilhões, o que representa saldo positivo de US$ 7,4 bilhões na comparação com maio de 2021.

Tendo, ainda, como recorte, a balança relativa a bens, foi registrado um total de US$ 30 bilhões em exportações; e US$ 26,6 bilhões em importações — “incrementos de 13,8% e de 39,8% em comparação a maio de 2021, respectivamente”, informou o BC.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Serviços, viagens, transporte

A conta de serviços apresentou déficit de US$ 2,4 bilhões no referido mês, valor 45,5% maior do que o observado em maio do ano passado. Viagens internacionais registraram despesas líquidas de US$ 718 milhões em maio de 2022, ante aos US$ 139 registrados no mesmo mês de 2021.

“Na mesma base comparativa, e seguindo tendência dos meses recentes, os fluxos brutos de receitas de viagens expandiram 91,9%, totalizando US$ 373 milhões, e as despesas de viagens cresceram 227,3%, somando US$ 1,1 bilhão”, dizem as estatísticas.

Segundo o BC, as despesas líquidas de transportes somaram US$ 821 milhões em maio de 2022, ante US$ 307 milhões em maio de 2021, o que representa aumento de 167,6%. Aluguel de equipamentos registrou despesas líquidas de US$ 602 milhões.

Ainda com relação aos números relativos a maio de 2022, o déficit na conta de renda primária ficou em US$ 4,9 bilhões, valor 41,2% maior do que o obtido em maio de 2021.

Lucros e dividendos

Entre maio de 2021 e maio de 2022, as despesas líquidas de lucros e dividendos aumentaram de US$ 2 bilhões para US$ 4,2 bilhões “impulsionadas pelo aumento de US$ 1,9 bilhão das despesas brutas”, diz o levantamento.

“As despesas líquidas com juros somaram US$ 711 milhões em maio de 2022, ante US$ 1,5 bilhão em maio de 2021”, acrescentou ao informar que a redução de despesas brutas de juros “concentrou-se em operações de empresas de mesmo grupo econômico”.

De acordo com as estatísticas do setor externo, os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 4,5 bilhões em maio de 2022, ante US$ 2,2 bilhões em maio de 2021.

“Houve ingressos líquidos de US$ 6,2 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$ 1,8 bilhão em operações intercompanhia. Nos doze meses encerrados em maio de 2022, o IDP totalizou US$ 60 bilhões (3,45% do PIB), ante US$ 57,8 bilhões (3,38% do PIB) no mês anterior e US$ 47,3 bilhões (3,22% do PIB) em maio de 2021”, detalha.

Com relação aos investimentos em carteira no mercado doméstico, o levantamento identificou um total de US$ 3,9 bilhões em saídas líquidas em maio de 2022, sendo US$ 3,2 bilhões em saídas via ações e fundos de investimento; e de US$ 702 milhões em títulos de dívida. “Nos doze meses encerrados em maio de 2022, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 5 bilhões”, complementou.

Reservas internacionais

As reservas internacionais tiveram aumento de US$ 1,3 bilhão na comparação com o mês anterior, totalizando US$ 346,4 bilhões em maio de 2022.

Segundo o BC, o resultado se deve principalmente às variações por preços e à receita obtida com juros, “que contribuíram para elevar o estoque em US$ 463 milhões e US$ 501 milhões, respectivamente”.

LEIA TAMBÉM:

Petrobras anuncia redução de preço do querosene de aviação em 10,4%

Governo libera R$ 2,5 bilhões para transporte público de idosos

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDéficit públicoeconomia-brasileiraSuperávit

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação