Economia

Conta de luz chega a subir até 85% em um ano

Na média, consumidor está pagando 60% a mais por energia nos últimos 12 meses, de acordo com números do IBGE divulgados hoje

Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 8 de maio de 2015 às 17h21.

São Paulo - A inflação de março foi a maior em 12 anos graças a um aumento de 22% nas tarifas da energia elétrica.

Em abril, o item cedeu - e o IPCA também - mas o acumulado mostra que os consumidores estão pagando bem mais pela luz.

O aumento nos últimos 12 meses chega a 85% em Curitiba e 72% em São Paulo, com média de 59,93% nas 13 áreas metropolitanas monitoradas pelo IBGE. A menor alta é em Salvador: 36%.

E a conta ainda pode continuar aumentando: nesta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs um aumento de 15,16% para a Eletropaulo a partir do dia 4 de julho, no que será a quarta revisão tarifária da companhia.

Veja na tabela:

Região Alta em 2015 Alta nos últimos 12 meses
Curitiba 49,81% 85,51%
São Paulo 47,93% 72,03%
Porto Alegre 45,96% 71,89%
Goiânia 41,76% 65,16%
Campo Grande 40,12% 52,37%
Belo Horizonte 38,48% 41,05%
Rio de Janeiro 36,61% 54,24%
Brasília 35,82% 56,68%
Fortaleza 30,37% 47,95%
Vitória 26,34% 65,10%
Salvador 18,31% 36,04%
Belém 16,21% 52,05%
Recife 13,87% 36,55%
Brasil 38,12% 59,93%

A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), que representa grupos como Alcoa, Gerdau, Braskem, Vale e Votorantim, acaba de entrar na Justiça contra a cobrança de um dos encargos embutidos na conta, a Contribuição de Desenvolvimento Energético (CDE).

De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) no final de abril, as dificuldades vividas pelo setor elétrico nos últimos anos possuem "estreita relação" com deficiências da atuação governamental no setor.

O TCU nota que a Medida Provisória 579, que antecipou a renovação das concessões de energia elétrica em geração e transmissão, não teve os efeitos esperados e permitiu apenas uma redução inicial e provisória dos preços de energia.

Aproximadamente um terço da energia nova a ser gerada por projetos previstos para o intervalo de 2015 a 2020 está em empreendimentos paralisados ou com obras não iniciadas.

A recessão econômica ajudou a causar uma queda de 4,1% no consumo em abril, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Acompanhe tudo sobre:AESEletropauloEmpresasEmpresas americanasEnergiaEnergia elétricaEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAPreçosServiços

Mais de Economia

CCJ do Senado adia votação da PEC da autonomia financeira do BC

Por que Países Baixos e Reino Unido devem perder milionários nos próximos anos?

STF prorroga até setembro prazo de suspensão da desoneração da folha

FGTS tem lucro de R$ 23,4 bi em 2023, maior valor da história

Mais na Exame