Economia

Consumo externo de brasileiros preocupa governo

Dados revelaram que as compras no exterior estão cada vez mais frequentes, embaladas por um dólar ainda acessível, indústria pouco competitiva e facilidades do transporte


	Reais e dólares: "Há pessoas que saem do Brasil especificamente para compor o enxoval de bebê nos Estados Unidos. Isso é cada vez mais comum", comentou uma das fontes
 (Reuters)

Reais e dólares: "Há pessoas que saem do Brasil especificamente para compor o enxoval de bebê nos Estados Unidos. Isso é cada vez mais comum", comentou uma das fontes (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília - O governo está preocupado com o que chama de "exportação de consumidores brasileiros". Segundo fontes, dois dados divulgados nesta sexta-feira revelaram que as compras no exterior estão cada vez mais frequentes, embaladas por um dólar ainda acessível, indústria pouco competitiva e facilidades do transporte aéreo. "Há pessoas que saem do Brasil especificamente para compor o enxoval de bebê nos Estados Unidos. Isso é cada vez mais comum", comentou uma das fontes.

Consumidores muitas vezes conseguem comprar no Exterior a mesma quantidade de produtos no Brasil, mas com menor quantidade de recursos. Com a sobra, muitas vezes é possível não apenas bancar a viagem aérea como, em alguns casos, fazer turismo no exterior.

Na manhã desta sexta-feira, o Banco Central informou que o déficit com viagens internacionais em janeiro foi de US$ 1,598 bilhão, número recorde para meses de janeiro. À tarde foi a vez de o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) anunciar o fechamento de 67.458 postos de trabalho, também o pior resultado para o mês desde 1992, quando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) passou a utilizar a série histórica atual.

O governo está "numa sinuca de bico", de acordo com outra fonte, porque vem mantendo a política cambial de "flutuação suja", ou seja, com intervenção no mercado para manter a cotação levemente abaixo de R$ 2,00. Essa política é vista como necessária no atual momento para evitar que a alta do dólar contamine ainda mais as taxas de inflação, que não dão sinais de arrefecimento.

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