Economia

Consumo dos brasileiros será o motor da economia em 2005, diz CNI

Importações deverão crescer três vezes mais do que as exportações. O desempenho da balança em 2005 será resultado dos efeitos da apreciação do real, de um leve arrefecimento do comércio mundial e do ritmo mais forte de crescimento interno

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a demanda interna, reativada pelo aumento do salário e do crédito, será o motor da economia brasileira em 2005. A entidade trabalha com projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,7% em 2005 e de 5% em 2004. Os dados estão na edição especial do Informe Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (16/12) pela CNI.

Quanto ao resultado de 2004, a confederação realça que o crescimento do PIB foi liderado pelo setor industrial, "que poderá crescer no ano mais que 6%". Quanto ao controle da inflação, a CNI não acredita que o Banco Central (BC) consiga no próximo ano, apesar dos sucessivos aumentos da taxa básica de juros, atingir o centro da meta de 5,1%. A projeção é de um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6% em 2005. A taxa de juros real média durante o próximo ano ficaria em 9%, com taxa nominal de 14% em dezembro de 2005.

"Precisamos nos livrar da síndrome do Copom e avançar rumo a uma agenda de melhoria das condições de custo e qualidade do financiamento", diz Armando Monteiro Neto, presidente da CNI. A taxa de investimento da economia brasileira - inferior a 20% do PIB - ainda é baixa para os industriais, apesar das medidas positivas de estímulo implementadas pelo governo. A confedereção pede a redução da taxa de juros de longo prazo (TJLP) dos atuais 9,75% para 7% ao ano a fim de facilitar o financiamento do aumento da produção. O Conselho Monetário Nacional manteve hoje a TJLP em 9,75% ao ano.

Mas a capacidade instalada não será um gargalo para a economia, diz a CNI. Embora o índice de uso da capacidade tenha voltado aos patamares do início do Plano Real, houve aumento da produção e da importação de bens de capital, o que indica ampliação. Desde junho deste ano, o nível médio desse indicador é de 83%.

O documento soa o alarme na questão cambial: "a continuidade da tendência de valorização do real é uma ameaça à permanência das condições que levaram ao vigoroso aumento das exportações". Para a CNI, o ajuste que melhorou expressivamente os indicadores de vulnerabilidade externa "não pode correr o risco de reversão". A balança comercial brasileira deve registrar, em 2005, um superávit de 28,5 bilhões de dólares, abaixo da previsão oficial de 33 bilhões para 2004. As exportações irão atingir 100,2 bilhões de dólares, 4,4% a mais do que em 2004. As importações deverão crescer a um ritmo três vezes maior do que as exportações, atingindo 71,7 bilhões. Segundo o Informe Conjuntural, o desempenho da balança em 2005 será resultado dos efeitos da apreciação do real, do ritmo mais forte de crescimento interno e de um leve arrefecimento do comércio mundial.

Nota

Monteiro Neto atribui nota sete ao governo Lula. Segundo ele, a administração federal fez escolhas corretas na gestão macroeconômica, mas errou na intensidade e rigidez da política monetária. "No conjunto, acho que uma nota sete é razoável. Você não está aprovando de forma definitiva, mas está estimulando o aluno a alçar uma condição de avaliação melhor no próximo ano."

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