Brasília - O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu para 46,4 pontos em julho, o menor valor da série histórica, que começou em 1999.
Essa foi a quarta queda consecutiva e, desde março, o indicador, acumula retração de 6,1 pontos, informa pesquisa divulgada hoje (18), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Icei varia de zero a 100. Abaixo de 50 indica falta de confiança.
A pesquisa foi feita com 2.649 empresas entre 1º e 11 de julho.
Na indústria extrativa, o Icei ficou em 50 pontos, a linha que separa o otimismo da falta de confiança.
No setor de construção, o indicador caiu para 47,7 pontos e, na indústria de transformação, recuou para 45,6 pontos.
Entre os 28 setores da indústria de transformação pesquisados, apenas três - bebidas, farmacêutico e manutenção e reparação - ficaram acima dos 50 pontos.
O levantamento mostra ainda que a falta de confiança é maior nas médias empresas, segmento em que o Icei caiu para 45,2 pontos.
Nas grandes e pequenas indústrias, o índice baixou para 46,8 pontos.
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1. Risco e oportunidade
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1/8 (Ross Land/Getty Images)
São Paulo - Janeiro é o mês no qual os órgãos internacionais fazem suas previsões para os próximos anos. Nesta quarta-feira, foi a vez do
Banco Mundial. O título do relatório é "Lidando com a normalização das políticas nos países de renda alta" e grande parte dele é dedicado a mostrar que os
emergentes vão ter que suar para manter a estabilidade em um mundo que caminha para
taxas de juros mais altas. A
economia brasileira é citada algumas vezes. Veja os destaques a seguir:
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2. As eleições podem impedir reformas...
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2/8 (Elza Fiúza/ABr)
Para o Banco Mundial, a mudança nas condições globais de financiamento significa que "manter uma política de o-mesmo-de-sempre não é mais uma opção" para os
emergentes. O risco de complacência, no entanto, é alto. A implementação de reformas já é um desafio político em circunstâncias normais, mas fica ainda mais difícil "por causa das eleições em muitos daqueles países mais testados na última estação."
África do Sul, Tailândia, Turquia, Indonésia e Índia são colocadas neste grupo, junto com o Brasil.
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3. ... mas o crescimento deve acelerar em 2016
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3/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
A estimativa do Banco Mundial é que a
economia brasileira vai crescer 2,4% em 2014 e 2,7% em 2015 - nada muito além dos cerca de 2,2% registrados em 2013. A partir daí, deve haver uma nova aceleração: a previsão para 2016 é de 3,7% de expansão. Vale notar que órgão errou a projeção para o Brasil nos últimos anos. Para 2011, a previsão era de 4,4% e o país cresceu 2,7%. Para 2012, a estimativa era de 3,4%.e o crescimento foi de 0,9%.
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4. A confiança do investidor e do consumidor está em queda...
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4/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O otimismo do empresário
despencou 38 pontos percentuais ao longo de 2013, de acordo com pesquisa da consultoria Grant Thornton. Na opinião do
Banco Mundial, "a confiança do
consumidor e do investidor ficou mais fraca devido à fraqueza da gerência macroeconômica e às políticas intervencionistas do governo, ao mesmo tempo que os termos de troca deterioraram-se."
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5. ... mas a Copa e as Olimpíadas vão dar um empurrão
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5/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O Banco Mundial acredita que os investimentos para a
Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016, junto com um aumento das exportações, vão compensar os efeitos da queda de preço de commodities e do aperto nas condições de financiamento global. R$ 25,5 bilhões
serão investidos só na Copa, de acordo com o governo federal. No
Rio de Janeiro, os eventos esportivos
fizeram dobrar os investimentos nos últimos 6 anos.
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6. O crédito depende demais do governo...
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6/8 (Tânia Rêgo/ABr)
O Banco Mundial nota que em países como Brasil, Turquia e China, o crédito subiu mais de 20 pontos percentuais no PIB desde 2007. Isso não é o problema, e sim uma dependência excessiva do crédito estatal - como é o nosso caso: "
bancos estatais foram responsáveis por 50% do
crédito por liquidar no Brasil em meados de 2013, acima dos 33% em 2008 e a primeira vez que este patamar é atingido desde a onda de privatizações em 1999."
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7. ... mas não a agricultura
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7/8 (EXAME)
O relatório do
Banco Mundial sugere que o corte de
subsídios agrícolas pode abrir espaço para outras prioridades fiscais, além de aumentar a
produtividade. O Brasil, no entanto, já lidou com essa questão há muito tempo: em um gráfico com 14 países que mostra a porcentagem do PIB destinada para subsídios agrícolas, aparecemos na última posição. A
Indonésia lidera, com 3,5%. Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão, o número gira em torno de 1%.
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8/8 (USP Imagens)