Economia

Confiança do Consumidor cai mais de 21% em um ano

Com o resultado de dezembro, a confiança do consumidor fecha o ano com queda de 21,3% em relação a dezembro do ano passado


	Consumidores: a confiança do consumidor fechou o último semestre do ano com resultados negativos em cinco dos seis meses do período
 (thinkstock)

Consumidores: a confiança do consumidor fechou o último semestre do ano com resultados negativos em cinco dos seis meses do período (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2015 às 09h38.

Dados da Sondagem de Expectativa do Consumidor, divulgados hoje (23) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, indicam que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 2% entre novembro e dezembro deste ano, passando de 76,7 para 75,2 pontos e atingindo o menor nível da série iniciada em setembro de 2005, no indicador com ajuste sazonal.

Com o resultado de dezembro, a confiança do consumidor fecha o ano com queda de 21,3% em relação a dezembro do ano passado (o indicador anualizado), na série sem ajuste sazonal.

Em dezembro de 2014, a confiança do setor estava em 96,2 pontos, na série ajustada sazonalmente. Em janeiro, o indicador iniciou o ano em 96,2 pontos.

Assim como já havia ocorrido com o Índice de Confiança do Comércio, a confiança do consumidor fechou o último semestre do ano com resultados negativos em cinco dos seis meses do período.

A exceção foi também o mês de novembro, quando o indicador subiu 1,3%, chegando a 89,8 pontos.

Para a economista Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor, a piora da percepção em relação à situação financeira das famílias foi determinante para a queda no índice.

“A queda do índice foi influenciada pela piora da percepção em relação à situação financeira familiar que, por sua vez, é reflexo da combinação de alguns fatores, como a aceleração da inflação de alimentos, a piora das avaliações sobre o mercado de trabalho e as dificuldades para a redução do grau de endividamento”.

Na avaliação da economista, “nem mesmo a renda extra auferida no período [decorrente do pagamento do decimo terceiro salário] e a maior oferta de empregos temporários foram suficientes para reduzir a insatisfação e o pessimismo em relação aos próximos meses”.

Os números negativos do último mês do ano refletem a piora nas avaliações dos consumidores sobre a situação atual e das expectativas em relação aos meses seguintes.

O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 4%, atingindo 63,2 pontos, menor nível da série, enquanto o Índice de Expectativas (IE) variou -0,8%, de 82,8 para 82,1 pontos.

Na análise por classes de renda, todos os consumidores tiveram perda da confiança em dezembro, exceto os com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, cujo resultado foi melhor do que no mês anterior.

A piora mais expressiva ocorre para os consumidores de baixa renda, até R$ 2,1 mil, com queda de 4,3%.

Índice de Confiança do Consumidor por faixa de renda familiar (variação % sobre o mês anterior)

Faixa de renda nov/15 dez/15
Até R$ 2.100,00 1.1% -4.3%
Entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 -3.5% 1.9%
Entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 0.4% -2.2%
Acima de R$ 9.600,00 5.7% -2.0%
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