Economia

Confiança do consumidor brasileiro cai pela primeira vez em 6 meses

Com a crise da covid-19 persistindo e dúvidas sobre uma vacina ainda neste ano, a confiança do consumidor no Brasil parou a trajetória de alta

 (NurPhoto/Corbis/Getty Images)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 08h54.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 09h09.

A crise que não acaba começa a voltar a abalar a confiança dos brasileiros. O índice de confiança do consumidor (ICC) recuou 1 ponto em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, chegando a 82,4 pontos, conforme informou nesta sexta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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A queda foi pequena, mas simbólica: é a primeira vez que há um recuo mensal desde maio. Os índices de confiança e vendas no varejo vinham em altas seguidas nos últimos meses

Em médias móveis trimestrais, o ICC subiu 1,2 ponto em outubro, a quarta alta consecutiva e reflexo da recuperação dos últimos meses. Ainda assim, apesar das altas recentes, o nível de confiança segue abaixo do que era no começo do ano, antes da crise.

"Há ainda bastante incerteza com relação à pandemia e com o ritmo de retomada econômica, já considerando a transição para o período posterior ao de vigência dos programas de manutenção do emprego e renda", disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Houve queda na confiança em todas as faixas de renda, embora os consumidores de renda mais baixa tenham os piores índices de confiança -- acentuados pelas perspectivas de fim do auxílio emergencial, que acaba em dezembro. O nível de desemprego é também o pior desde o começo da pandemia, segundo os últimos dados do IBGE.

"A confiança do consumidor brasileiro também continua sendo impactada pelo medo da covid-19, motivando uma postura muito cautelosa, que deve persistir enquanto não houver uma solução para a crise sanitária"

Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Ibre/FGV

Em outubro, o Índice de Situação Atual (ISA) encolheu 0,2 ponto, para 72,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,3 ponto, para 90,2 pontos.

O componente que mede a satisfação presente dos consumidores com a economia ficou praticamente estável aos 75,9 pontos, enquanto o que avalia as finanças familiares no momento atual diminuiu 0 5 ponto, para 69,4 pontos.

Em relação às expectativas, o item que avalia a situação econômica foi o que mais contribuiu para a queda do ICC de outubro, com recuo de 2 pontos, para 110,6 pontos. As perspectivas sobre as finanças das famílias nos próximos meses cederam 0,5 ponto, para 94,1 pontos, enquanto o ímpeto de compras de bens de consumo duráveis para os próximos meses teve queda de 1,4 ponto, para 67 pontos.

A única faixa de renda com melhora na confiança em outubro foi a das famílias com renda mensal entre R$ 4.800 a R$ 9.600. As demais registraram piora. A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.897 domicílios, com entrevistas entre os dias 1º e 20 de outubro.

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