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Concessões no saneamento básico vão testar apetite de investidores

Setor terá de receber entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões para solucionar problemas de esgoto e água do Brasil

Saneamento: a universalização dos serviços terá de ocorrer até 2033 (Arison Jardim/SecomAcre/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 13h57.

Última atualização em 25 de agosto de 2020 às 13h59.

Setor com maior perspectiva de investimento e potencial para ajudar na retomada econômica do Brasil, o saneamento básico enfrenta seu primeiro teste desde a aprovação do novo marco regulatório, em junho. Quatro leilões de concessão e Parcerias Público-Privadas (PPP), em setembro, vão medir o apetite dos investidores em negócios que levarão à universalização dos serviços de água e esgoto no País.

Hoje, 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto e 35 milhões não são abastecidos com água potável - números que refletem a falta de prioridade que o setor teve nos últimos anos e explicam a proliferação de epidemias, como dengue e zika, além de doenças gastrointestinais, no País. Esses indicadores colocam o País em posição pior que Iraque, Jordânia e Marrocos.

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Para mudar esse cenário, o setor terá de receber entre R$ 500 bilhões e R$ 700 bilhões em novos investimentos. Pelas novas regras aprovadas pelo Congresso, a universalização dos serviços terá de ocorrer até 2033, o que significaria alcançar a meta de 99% da população com acesso à água potável e 90% ao tratamento e coleta de esgoto.

A disputa para mudar essa situação começará com a concessão dos serviços da região metropolitana de Maceió (R$ 2,6 bilhões de investimentos); PPP de Cariacica, no Espírito Santo (R$ 580 milhões); PPP Sanesul, em Mato Grosso do Sul (R$ 3,8 bilhões); e a PPP de dessalinização de Fortaleza (R$ 500 milhões).

"Pelas informações que temos, há uma grande movimentação no mercado, seja pela concessão de Alagoas ou pela Cedae (RJ), que ainda não tem data para o leilão", afirma Cleverson Aroeira da Silva, superintendente do BNDES.

A instituição está tendo papel fundamental na modelagem dos projetos a serem licitados. Hoje, o banco tem em carteira R$ 50 bilhões em projetos, envolvendo oito Estados brasileiros, e está em conversas com outros três para iniciar estudos.

Com negócios na área de energia, transporte, logística e telecomunicações, a gestora Pátria está de olho nas oportunidades que o novo marco regulatório trará para o setor. Neste momento, uma equipe está avaliando a nova regulamentação, licitações e o modelo de negócio de cada projeto.

A empresa tem investimentos em soluções ambientais e num projeto de dessalinização no Chile. O sócio da gestora, Otavio Castello Branco, cofundador e responsável pela área de Infraestrutura, afirma que só não investiu até agora emsaneamentono País por falta de oportunidade. "Já avaliamos aquisições no passado, mas sempre esbarramos em alguns entraves, como a falta de legislação", diz ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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