Economia

Comprovado: economistas não sabem prever recessões

Dupla de pesquisadores do FMI mostra que esmagadora maioria das recessões dos últimos anos não foi antecipada pelos economistas


	Vidente com bola de cristal: economistas não são bons de prever o futuro
 (Fox Photos/Getty Image)

Vidente com bola de cristal: economistas não são bons de prever o futuro (Fox Photos/Getty Image)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de abril de 2014 às 08h00.

São Paulo - Poucas coisas são mais difíceis do que fazer previsões confiáveis sobre o futuro da economia - o que não impede, é claro, os economistas de tentarem.

Um novo trabalho publicado no VoxEU mostra que o público deve encarar estes exercícios de futurologia com uma boa dose de ceticismo.

Hites Ahir e Prakash Loungani, pesquisadores do Fundo Monetário Internacional (FMI), olharam para o período entre 2008 e 2012, quando ocorreram 88 episódios de recessão (queda do PIB de um ano para o outro) no mundo.

Em seguida, eles foram atrás do consenso da previsão dos economistas em setembro do ano anterior para saber se eles já antecipavam o problema. A resposta: não, na esmagadora maioria dos casos. 

"Nenhuma das 62 recessões do período 2008-2009 foi prevista quando o ano anterior já estava acabando", escreve a dupla. No período 2011-2012, foram 19 recessões, mas apenas 3 foram previstas. 

Os pesquisadores tentaram encurtar a janela entre previsão e recessão, usar dados trimestrais ao invés de anuais e ampliar a pesquisa para outros períodos - e as conclusões continuaram as mesmas. Previsões oficiais também não se provaram mais ou menos acertadas.

Ahir e Loungani não foram os primeiros a investigar a questão. Trabalhos de Herman Stekler em 1972 e Victor Zarnowitz em 1986 já haviam mostrado que os futurólogos "perderam todos os pontos de virada da economia americana".

Acompanhe tudo sobre:Indicadores econômicosPIB

Mais de Economia

Com mais renda, brasileiro planeja gastar 34% a mais nas férias nesse verão

Participação do e-commerce tende a se expandir no longo prazo

Dívida pública federal cresce 1,85% em novembro e chega a R$ 7,2 trilhões

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo