(Peter Dazeley/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 5 de março de 2024 às 11h44.
O brasileiro comprometeu menos renda para abastecer o carro com gasolina no último trimestre do ano passado em relação ao trimestre anterior, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com base em dados do Monitor de Preços dos Combustíveis e da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado pela Veloe nesta terça-feira, 5.
Na comparação entre o quarto e o terceiro trimestre de 2023, o indicador que mede o comprometimento de renda recuou 0,2 ponto porcentual, evidenciando um discreto aumento no poder de compra das famílias, que usaram 6,4% da renda para abastecer um tanque de 55 litros com gasolina.
"Na média das capitais, onde o indicador calculado foi 4,1%, recuou também marginalmente no último trimestre", em 0,1 ponto porcentual, informou a Veloe em nota.
Já na comparação com o quarto trimestre de 2022, o índice registrou alta de 0,5 ponto porcentual. Naquele período, os impostos relativos aos combustíveis haviam sido retirados em plena campanha eleitoral para a Presidência da República. No quarto trimestre de 2021, o brasileiro gastava 8,7% da renda para encher o tanque.
A diferença de renda familiar entre as regiões do País também fica evidenciada na pesquisa, explicada tanto pelas desigualdades de renda domiciliar quanto pelas variações regionais encontradas nos preços da gasolina.
No quarto trimestre de 2023 o valor necessário para custear o abastecimento de um tanque de gasolina comum correspondeu a 5,2% da renda média domiciliar mensal no Centro-Oeste; 5,3% no Sudeste; e 5,5% no Sul, contrastando com os porcentuais no Nordeste (10,7%) e Norte (8,6%).
Segundo o estudo, todas as regiões exibiram aumento do poder de compra no último trimestre do ano, com destaque para Nordeste e Sul (ambas com redução de 0,3 ponto porcentual nos respectivos indicadores de comprometimento da renda).
Em fevereiro deste ano, o Monitor de Preços de Combustíveis revelou um aumento mensal significativo nos preços de cinco dos seis combustíveis analisados: etanol hidratado (+3,9%), gasolina comum (+3,0%) e gasolina aditivada (+2,9%). Esses resultados foram acompanhados também pelo aumento nos preços médios do diesel (0,7%, no caso do diesel comum e 0,6%, no diesel S-10), enquanto o preço médio do GNV apresentou uma leve queda (-0,7%).
"Em boa medida, o aumento dos preços dos combustíveis ainda reflete o aumento de 12,5% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel, a gasolina e o gás de cozinha. Esse aumento entrou em vigor em 1º de fevereiro e encerrou um longo processo de isenções e desonerações de impostos sobre combustíveis", informou a Veloe em nota.
A empresa ressaltou ainda, que a alta do etanol pode estar sendo puxada pelo aumento da demanda. Desde o início de 2024, o biocombustível tem se mostrado favorável para abastecimento em relação à gasolina, com indicadores favoráveis em cerca de metade das unidades federativas e na maioria das capitais.