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Como a série Lost mexeu com a economia do Havaí

Ao longo de suas seis temporadas, o fenômeno "Lost" fez a indústria de televisão e cinema do Havaí despontar e sobreviver até a uma recessão

Elenco da série de TV Lost, que passou na ABC entre 2004 e 2010 (Divulgação/Divulgação)

João Pedro Caleiro

Publicado em 9 de agosto de 2014 às 08h00.

São Paulo - Quando o piloto de "Lost" foi ao ar na noite de 22 de setembro de 2004, a rede ABC e o produtor consagrado J.J. Abrams não tinham expectativas modestas, mas não poderiam imaginar um sucesso tão retumbante.

Ao longo das suas seis temporadas, a série ganhou elogios da crítica, audiência entre 10 e 16 milhões de pessoas por episódio e vários prêmios Emmy e Globos de Ouro.

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O fenômeno não saiu barato. Só o piloto custou no mínimo US$ 10 milhões (o mais caro até então) e as estimativas ficam entre US$ 2,5 milhões e US$ 4 milhões por cada episódio seguinte.

Além do elenco extenso e dos efeitos especiais, o que pesava inicialmente no orçamento era o custo de filmar no Havaí - que estava saindo 25% mais alto do que em Los Angeles, segundo o jornal local Star Bulletin.

A produção pensou em se mudar para outra localidade, mas acabou ficando por lá mesmo. A "ilha de Lost" se tornou um dos principais personagens do programa, mas foi vantajosa justamente por sua versatilidade. Áreas urbanas e prédios foram adaptados como cenário para cenas situadas em lugares tão diferentes como Iraque, Paris, Nigéria e Miami.

Em 2006, o governo do Havaí criou um incentivo tributário de 20% a 25% para abater custos de produção contanto que os produtores investissem na educação e na força de trabalho do local. Esquemas parecidos são adotados em outras cidades e estados do país.

75% do orçamento de "Lost" ficava no Havaí e metade desse valor ia só para sustentar uma equipe inteiramente local, ainda de acordo com o Star Bulletin, mas o efeito acabou indo bem além da própria produção.

Entre 2000 e 2011, a indústria de televisão e cinema do estado viu um aumento de 85% no número de empregos criados, muito acima dos 13% registrados na economia criativa como um todo - que já representa 6% do PIB.

O fenômeno resistiu mesmo em meio a uma perda líquida no emprego geral causada pela recessão no pós-2008.

O Havaí, que já foi palco para a filmagem de grandes produções nos anos 80 como "Os Caçadores da Arca Perdida", serviu de cenário também para superproduções recentes como "Planeta dos Macacos: a Origem" e o quarto filme da série Jurassic Park, que deve chegar aos cinemas em 2015.

Os mais fanáticos por "Lost" contribuíram também para o turismo através das visitas guiadas para locações da série na ilha de Oahu.

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