Comércio ilegal é segunda maior economia do mundo
Falsificações, contrabando e venda ilegal respondem por 8% a 15% do PIB global, o equivalente ao PIB da China, segundo relatório da Euromonitor
João Pedro Caleiro
Publicado em 9 de outubro de 2015 às 07h00.
São Paulo - O valor do comércio ilegal é de 8% a 15% da economia mundial, de acordo com um estudo recente da consultoria Euromonitor assinado por Philip Buchanan e Lourdes Chavarria.
A estimativa mais alta bate nos US$ 12 trilhões em 2014, mesmo tamanho do PIB da China , a segunda maior economia mundial.
Em 2013, 2,3 bilhões de produtos farmacêuticos e 470 milhões de produtos eletrônicos foram confiscados ao redor do mundo. Só nos EUA, mais de US$ 1,7 bilhão em falsificação foi retido na fronteira no mesmo ano.
Comércio ilegal é definido como a "produção, importação, exportação, venda e compra de bens que não sigam a legislação atual em alguma jurisdição específica".
Entram aí desde a venda de medicamentos vencidos até a falsificação de marcas famosas ou a fabricação de bebida alcoólica dentro de casa.
Ganhadores e perdedores
O comércio ilegal não é lucrativo apenas para quem o faz; o ganho obtido também acaba fluindo para os fornecedores dos insumos necessários (fabricantes de garrafas, por exemplo).
Enquanto isso, perdem as indústrias legais: seja pela competição desleal, pela perda de participação de mercado ou pelos danos à reputação das marcas.
Os consumidores ganham ao pagarem menos por itens de status. No México, perfumes legais e ilegais chegam a ter uma diferença de preço de 46%. Uma bolsa de luxo que sai por 3 mil euros na loja é encontrada por 35 euros na rua.
"A aceitação social é outro estímulo ao comércio ilegal ao redor do mundo. Em muitos países, os consumidores não percebem a compra de produtos ilegais como uma atividade criminal", diz o relatório.
Ao mesmo tempo, quem compra produto ilegal fica mais expostos a riscos. Em junho, 25 pessoas morreram em Mumbai, na Índia, por consumirem álcool ilegal com altos níveis de metanol (e isso sem falar em medicamentos falsos).
Isso também prejudica os governos. Apesar do comércio ilegal gerar em algum nível empregos e fontes de renda, estimula a atividade criminal e funciona como uma draga de de receita.
Em 2013, 570 milhões de cigarros foram comercializados ilegalmente no mundo com receita de US$ 39 bilhões. No mercado legal, teriam gerado praticamente o mesmo valor em impostos (US$ 40 bilhões).
Cerca de um quarto do álcool vendido na América Latina é ilegal, e o Brasil responde por 63% deste mercado. Por aqui, domina o álcool artesanal (55%) ou falsificado (38%), com pouca participação de contrabando (6%), que domina na Colômbia.
São Paulo - O valor do comércio ilegal é de 8% a 15% da economia mundial, de acordo com um estudo recente da consultoria Euromonitor assinado por Philip Buchanan e Lourdes Chavarria.
A estimativa mais alta bate nos US$ 12 trilhões em 2014, mesmo tamanho do PIB da China , a segunda maior economia mundial.
Em 2013, 2,3 bilhões de produtos farmacêuticos e 470 milhões de produtos eletrônicos foram confiscados ao redor do mundo. Só nos EUA, mais de US$ 1,7 bilhão em falsificação foi retido na fronteira no mesmo ano.
Comércio ilegal é definido como a "produção, importação, exportação, venda e compra de bens que não sigam a legislação atual em alguma jurisdição específica".
Entram aí desde a venda de medicamentos vencidos até a falsificação de marcas famosas ou a fabricação de bebida alcoólica dentro de casa.
Ganhadores e perdedores
O comércio ilegal não é lucrativo apenas para quem o faz; o ganho obtido também acaba fluindo para os fornecedores dos insumos necessários (fabricantes de garrafas, por exemplo).
Enquanto isso, perdem as indústrias legais: seja pela competição desleal, pela perda de participação de mercado ou pelos danos à reputação das marcas.
Os consumidores ganham ao pagarem menos por itens de status. No México, perfumes legais e ilegais chegam a ter uma diferença de preço de 46%. Uma bolsa de luxo que sai por 3 mil euros na loja é encontrada por 35 euros na rua.
"A aceitação social é outro estímulo ao comércio ilegal ao redor do mundo. Em muitos países, os consumidores não percebem a compra de produtos ilegais como uma atividade criminal", diz o relatório.
Ao mesmo tempo, quem compra produto ilegal fica mais expostos a riscos. Em junho, 25 pessoas morreram em Mumbai, na Índia, por consumirem álcool ilegal com altos níveis de metanol (e isso sem falar em medicamentos falsos).
Isso também prejudica os governos. Apesar do comércio ilegal gerar em algum nível empregos e fontes de renda, estimula a atividade criminal e funciona como uma draga de de receita.
Em 2013, 570 milhões de cigarros foram comercializados ilegalmente no mundo com receita de US$ 39 bilhões. No mercado legal, teriam gerado praticamente o mesmo valor em impostos (US$ 40 bilhões).
Cerca de um quarto do álcool vendido na América Latina é ilegal, e o Brasil responde por 63% deste mercado. Por aqui, domina o álcool artesanal (55%) ou falsificado (38%), com pouca participação de contrabando (6%), que domina na Colômbia.