Economia

Com Trump, UE diz que acordo comercial com EUA terá pausa natural

Segundo a comissária europeia de Comércio, "é impossível dizer a duração dessa pausa"

UE: já estava claro que o TTIP não seria fechado na gestão do atual presidente (Georges Gobet/AFP/AFP)

UE: já estava claro que o TTIP não seria fechado na gestão do atual presidente (Georges Gobet/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 13h25.

Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) afirmou nesta quarta-feira que o acordo de livre-comércio e investimentos, conhecido como TTIP, negociado entre União Europeia (UE) e Estados Unidos desde 2013, entrará em uma "pausa natural" após a eleição do republicano Donald Trump como presidente norte-americano.

"É natural pensar que haverá algum tipo de pausa nas negociações porque o novo governo terá que ocupar os cargos", indicou em entrevista coletiva o vice-presidente de Emprego e Crescimento da CE, Jyrki Katainen.

A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, afirmou que já estava claro que o TTIP não seria fechado na gestão do atual presidente dos EUA, Barack Obama.

"No final do ano faremos um balanço de onde estamos com a atual administração (dos EUA), discutiremos também com os estados-membros (da UE). Está claro que haverá uma pausa natural nas negociações, como teria ocorrido com qualquer mudança de governo", avaliou.

"É impossível dizer a duração dessa pausa", completou Malmström.

Kaitanen destacou o fato de o TTIP não ter sido um assunto muito tratado na campanha eleitoral dos EUA, mas fez ressalvas sobre declarações de Trump que poderiam ser interpretadas como contrárias ao livre-comércio, o que representaria problemas para o acordo.

No entanto, analisou que a quantidade de interesses entre os países e as empresas dentro da parceria transatlântica não pode ser ignorada pelo novo presidente norte-americano. "As razões pelas quais UE e EUA começaram a negociar esse amplo acordo seguem as mesmas, não mudaram", disse o dirigente da CE.

"Em primeiro lugar, queremos melhorar o comércio porque gera empregos. Também queremos criar um entorno melhor para investimentos seguros, o que leva também a mais cooperação política. Todo o resto ainda estar por vir. Devemos manter a calma e esperar as respostas do novo governo e do novo presidente", disse Kaitanen.

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