Juros: Brasil tornou-se o segundo que mais cortou os juros básicos em um ano (Shutterstock/Internet)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de fevereiro de 2020 às 10h17.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2020 às 10h18.
São Paulo — Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de baixar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, levando-a para o piso histórico de 4,25%, na última quarta-feira (05), o Brasil, em uma lista de 15 países, tornou-se o segundo que mais cortou os juros básicos em um ano.
O país fica atrás apenas da Turquia, que reduziu sua taxa básica de juros em 12,75 pontos porcentuais no mesmo intervalo. O levantamento foi feito pelo fundador e CEO da Capital Advisors, Charlie Bilello.
Rate Cuts over last year
Fed: -75 bps
ECB: -10 bps
Denmark: -10 bps
Australia: -75 bps
Brazil: -225 bps
Russia: -175 bps
India: -135 bps
China: -16 bps
Korea: -50 bps
Mexico: -100 bps
Indonesia: -100 bps
Philippines: -100 bps
Thailand: -75 bps
Malaysia: -50 bps
Turkey: -1275 bps— Charlie Bilello (@charliebilello) February 7, 2020
Entre os países listados, a mais recente decisão de política monetária foi a do BC russo, anunciada na manhã de ontem, pelo horário de Brasília.
Citando incertezas que podem afetar a economia global, como o coronavírus, a instituição reduziu sua taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, levando-a para 6,00% ao ano.
A decisão vem após cinco relaxamentos consecutivos ao longo de 2019. "Vemos espaço para novos cortes", diz Dmitry Dolgin, economista-chefe do ING: "Enquanto isso, os dois principais fatores de incerteza, incluindo o surto de coronavírus, permanecem."
A liderança da lista de baixas, porém, é da Turquia. Em apenas um ano, o BC local totalizou 12,75 pontos porcentuais em cortes de juros, o último em 16 de janeiro.
Logo em seguida vem o Brasil, que no período de 12 meses levou sua taxa básica de juros, a Selic, de 6,50% para 4,25%, na última quarta-feira.
O Copom sinalizou o fim do ciclo de relaxamentos monetários, mesmo diante da nuvem de incertezas em relação à economia global.
"Apesar da explicitação de interrupção do afrouxamento, a comunicação do BC é a de que os próximos passos continuarão dependentes dos dados. Se houver grande frustração com a atividade, mudança relevante na economia global (por exemplo, por conta do coronavírus) ou forte descompressão da inflação, o Copom poderá voltar a reduzir a Selic", destaca o Bradesco, em nota.
Entre outras autoridades monetárias importantes do planeta, o Fed ( banco central americano) ocupa a oitava posição, com 0,75 ponto porcentual em três cortes ao longo de um ano.
O mais recente encontro de dirigentes do Fed resultou em manutenção dos juros. Ontem, o Fed divulgou relatório no qual diz que os possíveis efeitos secundários gerados pelo surto de coronavírus na China representam um novo risco à perspectiva econômica.