Economia

Com saída da Argentina, Mercosul pode acelerar acordos bilaterais

Ideia de reformulação do bloco já vinha sendo discutida pela agenda liberal de Paulo Guedes, ministro da Economia

Mercosul: países pertencentes não podem negociar acordos comerciais com outras nações sem depender da aprovação do bloco (Diego Vara/Reuters)

Mercosul: países pertencentes não podem negociar acordos comerciais com outras nações sem depender da aprovação do bloco (Diego Vara/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de abril de 2020 às 09h32.

A retirada da Argentina de novas negociações do Mercosul pode acelerar o fim da união aduaneira do bloco.
Segundo o Estadão/Broadcast, fontes ligadas à área internacional acreditam que a discussão de tornar o grupo apenas uma área de livre comércio deve ganhar fôlego após a pandemia do coronavírus.

Como membros de uma união aduaneira, os países do Mercosul não podem negociar acordos comerciais com outras nações independentemente.

Se o Mercosul se mantiver apenas como uma área de livre comércio significará que os produtos vendidos de um país para outro, dentro do bloco, não pagarão taxas. Mas cada nação poderá fechar entendimentos bilaterais sem depender da aprovação do bloco.

Na sexta-feira passada, a Argentina anunciou que se retiraria de todos os acordos em negociação do bloco, à exceção dos já fechados com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA).

Com a agenda liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua promessa de abrir a economia brasileira, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro a ideia de reformulação do Mercosul e do flexibilização da união aduaneira vinha sendo discutida.

Em meio à pandemia do coronavírus, porém, no curto prazo a tendência é que o corpo técnico do Mercosul crie regra para deixar claro que Brasil, Paraguai e Uruguai poderão continuar negociando acordos com blocos e países sem aval argentino.

A norma deverá prever que a Argentina poderá aderir a novos acordos - brecha que os membros do Mercosul querem deixar, na expectativa de que um governo mais "pró-mercado" assuma a Casa Rosada no futuro.

Mesmo antes da retirada da Argentina, a negociação de acordos comerciais estava em pausa desde o início da pandemia do coronavírus, que prejudicou reuniões e conversas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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