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Com Harvey, gasolina no Brasil fica 7,6% abaixo do internacional

Segundo o presidente da consultoria Datagro, o cálculo leva em consideração fatores como custos com frete, seguro e descarga

Gasolina: o cálculo leva em consideração o preço de fechamento da gasolina nos EUA na terça-feira (Ernest Scheyder/Reuters)
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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 13h40.

Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 13h41.

São Paulo - A disparada nos preços internacionais da gasolina em razão da tempestade tropical Harvey nos Estados Unidos fez com que o produto comercializado pela Petrobras no mercado doméstico passasse a apresentar defasagem de 7,6 por cento ante os valores externos, disse à Reuters o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari.

O cálculo leva em consideração o preço de fechamento da gasolina nos EUA na terça-feira e inclui fatores como custos com frete, seguro e descarga, acrescentou.

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"A gasolina (nos EUA) subiu 4,1 por cento ontem (terça-feira) e, com isso, a nossa está agora 7,6 por cento abaixo da paridade de importação", disse Nastari, lembrando que as cotações nas refinarias da Petrobras vinham próximas da paridade internacional, por vezes acima, invertendo a tendência "de uma semana para cá".

O período coincide com os danos provocados pela tempestade Harvey no Texas, que deixou ao menos 17 mortos e afetou o coração da indústria de combustíveis dos EUA, com fechamento de 25 por cento da capacidade de refino.

Os problemas provocados pelo clima impulsionaram os preços da gasolina em quase 17 por cento na semana passada nos EUA. Nesta quarta-feira, os futuros da gasolina subiam mais de 6 por cento, às 13h (horário de Brasília).

Procurada pela Reuters, a Petrobras não se manifestou imediatamente sobre a atual conjuntura do mercado de combustíveis.

Pela sua política de preços, que prevê reajustes mais frequentes, a Petrobras não poderia ter cotações domésticas abaixo da paridade.

No entanto, os preços de referência da empresa no exterior e os custos para a importação são sigilosos e estratégicos, o que indica que avaliações de analistas sobre o tema podem divergir da paridade estabelecida pela própria estatal.

No início do mês, a Reuters afirmou, com base em avaliações de analistas, que o preço da gasolina da Petrobras estava flertando com a paridade, com a companhia adotando uma estratégia mais agressiva para reconquistar participação de mercado.

Nesta semana, a Petrobras realizou dois reajustes em suas refinarias, subindo o preço da gasolina em 1,1 por cento na terça-feira e reduzindo o valor em 1,1 nesta quarta-feira. O diesel foi reajustado para cima em 0,4 por cento na terça e em 0,5 por cento na quarta-feira.

Nastari, da Datagro, afirmou que, para o Brasil, os impactos do Harvey se dão principalmente sobre os preços e pouco sobre a oferta, uma vez que o país importa boa parte de sua gasolina de outros lugares, como Arábia Saudita e Venezuela, e não dos EUA.

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