Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) ficou surpresa com a queda de 5,5% do produto industrial em 2009, conforme divulgado hoje pelo IBGE. Segundo nota divulgada pela CNI à imprensa, o recuo é maior que o esperado, de 4,5%, "o que tornará mais lenta a recuperação do setor". "Os efeitos da crise sobre a indústria foram muito fortes e, como previa a CNI, o desempenho da indústria só voltará ao nível pré-crise ao longo de 2010", diz a nota.

Segundo a CNI, esse recuo de 5,5% no ano passado foi a maior retração da atividade industrial da atual série histórica, iniciada em 1996. Apesar disso, a entidade avalia que os números divulgados hoje pelo IBGE corroboram a avaliação de que há uma recuperação da atividade em curso. "Tanto o PIB industrial como o investimento cresceram fortemente no quarto trimestre - ambos os componentes foram decisivos para o resultado do trimestre", destaca a nota. Para 2010, a CNI prevê que o crescimento econômico será alavancado pela indústria, que deve contribuir com uma expansão do PIB industrial superior a 5% do PIB.

Com relação específica aos dados do PIB do quarto trimestre de 2009, a CNI destaca que os números indicam recuperação da atividade industrial e que eles não representam riscos sobre a capacidade da indústria de atender ao aumento da demanda.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, destaca, conforme a nota, que a queda de 0,2% do PIB no ano passado reflete expectativas diferentes entre o início e o final de 2009. "Havia grande pessimismo sobre o desempenho da economia nos primeiros meses do ano passado. A economia brasileira respondeu à crise com as medidas de política econômica de recuperação do crédito e estímulo à demanda doméstica e o próprio setor industrial registrou crescimento ao longo de 2009", analisa o economista.