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CNI enxerga alta de 4% do PIB em 2021 em cenário de retomada

Em seu boletim sobre a economia brasileira em 2020 e 2021, a CNI avaliou que o consumo das famílias continuará a crescer no decorrer do próximo ano

CNI: Sobre o câmbio, a CNI calcula que o real deve ter uma cotação média de 4,85 por dólar em 2021 (Cris Faga/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2020 às 15h53.

Última atualização em 16 de dezembro de 2020 às 15h55.

A economia brasileira deve crescer 4% em 2021 impulsionada por um avanço de 4,4% do Produto Interno Bruto ( PIB ) industrial, estimou nesta quarta-feira a Confederação Nacional da Indústria ( CNI ).

Em seu boletim sobre a economia brasileira em 2020 e 2021, a CNI avaliou que o consumo das famílias continuará a crescer no decorrer do próximo ano, apesar da retirada do programa de auxílio emergencial em 31 de dezembro, em um cenário de retomada da atividade e do emprego.

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"Eu acredito, o mercado está acreditando. A gente hoje tem algumas premissas importantes, como uma taxa de juros muito baixa, uma inflação controlada. Câmbio também está razoavelmente estabilizado, favorável às exportações", afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a jornalistas quando questionado se acreditava em uma recuperação da atividade mesmo em cenário sem aprovação de reformas econômicas, como a tributária.

No entanto, Andrade disse acreditar que após as eleições para as presidências do Senado e Câmara, em fevereiro de 2021, as reformas tributária e administrativa irão retomar uma "pauta rápida" após a definição do processo.

"Tenho uma expectativa positiva. Acho que nós podemos voltar a crescer e discutir esses temas importantes, fundamentais para o ajuste fiscal, que dará mais segurança para todos nós. Nós vamos retomar no primeiro semestre de 2021", completou.

Para a CNI, o investimento deverá se acelerar ao longo do ano, à medida que as incertezas diminuam em um cenário econômico com baixas taxas de juros.

A entidade prevê que, mesmo com o crescimento gradual da população ocupada, a taxa de desemprego deve crescer no ano que vem, a 14,6% da força de trabalho, com o aumento do número de pessoas procurando emprego. A projeção é 0,7 ponto percentual maior que a taxa projetada para 2020, de 13,9%.

Em relação à inflação, a projeção da CNI é que o IPCA encerre o ano de 2021 em 3,55%, abaixo do centro da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,75%. Neste ano, a estimativa é da inflação fechando o ano a 4,28%, para uma meta de 4%.

Em relação à Selic, a CNI calcula que a taxa básica de juros fechará 2021 a 3%, sendo mantida na atual mínima histórica, de 2%, até o fim do primeiro semestre de 2021. A partir de então, pelas suas projeções, o Comitê de Política Monetária (Copom) iniciará uma sequência de três elevações.

A CNI projeta que, mediante melhora na atividade econômica e previsão da redução de despesas no ano que vem, o déficit primário a ser registrado em 2021 deve ser de 192 bilhões de reais, 2,5% do PIB.

Sobre o câmbio, a CNI calcula que o real deve ter uma cotação média de 4,85 por dólar em 2021, o que apresenta leve apreciação frente a média esperada para 2020, de 5,15 por dólar.

Em relação à balança comercial, a CNI prevê superávit comercial em 2021 em torno de 49 bilhões de dólares, com aumento de 7% nas exportações e 15% nas importações.

Andrade também afirmou não acreditar que a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, confirmada pelo Colégio Eleitoral do país no início desta semana, altere o desenvolvimento dos acordos mantidos com o país.

"A plataforma do presidente eleito dos Estados Unidos é uma plataforma que continua, e nós vimos agora recentemente liberação de muitos recursos e de apoio ao desenvolvimento econômico. Esse desenvolvimento, mesmo que privilegie muito o consumo e o mercado e a produção americana, certamente tem uma parcela importante que os Estados Unidos continuará comprando."

Já para este ano, a estimativa da CNI é de recuo de 4,3% do PIB, um pouco abaixo da contração de 4,41% prevista pelo mercado na pesquisa Focus do Banco Central. Também pelos cálculos da CNI, o setor industrial deve recuar 3,5% em 2020.

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