Clima econômico no Brasil não era tão ruim desde 1999
Indicador de clima econômico no país caiu para 71 pontos em abril - 20% a menos do que no início do ano e pior até do que no auge da crise econômica mundial
João Pedro Caleiro
Publicado em 15 de maio de 2014 às 12h40.
São Paulo - O pessimismo com a economia brasileira acaba de atingir um novo marco.
Em abril, o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) chegou a 71 pontos no país - uma queda de 20% desde o início do ano e o pior índice desde janeiro de 1999.
No auge da crise econômica mundial, em janeiro de 2009, ele estava em 78 pontos. Nos últimos 10 anos, a média do país foi de 121 pontos.
Um número acima de 100 é considerado "favorável"; abaixo de 100, desfavorável. O indicador final é uma média de dois índices: o de "situação atual" (ISA) e o de expectativas (IE).
No Brasil, a avaliação da situação atual (68) é pior do que as expectativas em relação ao futuro (74).
A pesquisa é realizada trimestralmente desde 1989 por uma parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e tem como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES).
Em abril, foram ouvidos 1134 especialistas em 121 países. Eles também destacam, a partir de uma lista de dez tópicos, quais são os maiores entraves para o crescimento econômico. No caso do Brasil, os mais citados foram, em ordem:
1. Falta de competitividade internacional
2. Falta de confiança nas políticas do governo
3. Inflação
4. Déficit público
5. Falta de mão de obra qualificada
A falta de competitividade internacional é historicamente citada como um dos principais problemas em todos os países latino-americanos - com exceção da Bolívia.
O que chama a atenção, no caso brasileiro, é que desde o início do ano passado há uma preocupação crescente com o déficit público e uma grande perda de confiança nas políticas do governo.
Mundo
7 dos 11 países latino-americanos tiveram queda do índice em abril, mas a do Brasil foi a maior. O ICE só melhorou na Bolívia, no Peru e no Uruguai.
O ICE brasileiro é hoje menor que o da Argentina (de 75 pontos) e só ganha da Venezuela - que está no valor mínimo, 20 pontos, desde julho de 2013.
O índice para a América Latina como um todo está hoje em 90, abaixo do ICE para o mundo, de 113 - que está sendo puxado para cima por causa da melhora do clima na União Europeia e nos Estados Unidos.
Entre os BRICS, só a Índia teve melhora no índice desde janeiro, enquanto a Rússia viu uma queda de 24%. O clima na China também vem piorando - foi de 112 para 88 nos últimos seis meses, o que fez o país passar da zona favorável para a desfavorável.
Veja os resultados comentados por Lia Valls, responsável pela pesquisa da FGV:
//www.youtube.com/embed/j82ogmvLgeM
São Paulo - O pessimismo com a economia brasileira acaba de atingir um novo marco.
Em abril, o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) chegou a 71 pontos no país - uma queda de 20% desde o início do ano e o pior índice desde janeiro de 1999.
No auge da crise econômica mundial, em janeiro de 2009, ele estava em 78 pontos. Nos últimos 10 anos, a média do país foi de 121 pontos.
Um número acima de 100 é considerado "favorável"; abaixo de 100, desfavorável. O indicador final é uma média de dois índices: o de "situação atual" (ISA) e o de expectativas (IE).
No Brasil, a avaliação da situação atual (68) é pior do que as expectativas em relação ao futuro (74).
A pesquisa é realizada trimestralmente desde 1989 por uma parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e tem como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES).
Em abril, foram ouvidos 1134 especialistas em 121 países. Eles também destacam, a partir de uma lista de dez tópicos, quais são os maiores entraves para o crescimento econômico. No caso do Brasil, os mais citados foram, em ordem:
1. Falta de competitividade internacional
2. Falta de confiança nas políticas do governo
3. Inflação
4. Déficit público
5. Falta de mão de obra qualificada
A falta de competitividade internacional é historicamente citada como um dos principais problemas em todos os países latino-americanos - com exceção da Bolívia.
O que chama a atenção, no caso brasileiro, é que desde o início do ano passado há uma preocupação crescente com o déficit público e uma grande perda de confiança nas políticas do governo.
Mundo
7 dos 11 países latino-americanos tiveram queda do índice em abril, mas a do Brasil foi a maior. O ICE só melhorou na Bolívia, no Peru e no Uruguai.
O ICE brasileiro é hoje menor que o da Argentina (de 75 pontos) e só ganha da Venezuela - que está no valor mínimo, 20 pontos, desde julho de 2013.
O índice para a América Latina como um todo está hoje em 90, abaixo do ICE para o mundo, de 113 - que está sendo puxado para cima por causa da melhora do clima na União Europeia e nos Estados Unidos.
Entre os BRICS, só a Índia teve melhora no índice desde janeiro, enquanto a Rússia viu uma queda de 24%. O clima na China também vem piorando - foi de 112 para 88 nos últimos seis meses, o que fez o país passar da zona favorável para a desfavorável.
Veja os resultados comentados por Lia Valls, responsável pela pesquisa da FGV:
//www.youtube.com/embed/j82ogmvLgeM