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Citricultura tenta se reerguer em São Paulo

No interior paulista, lavouras foram derrubadas e a laranja deu lugar às culturas de milho, cana, tomate, café e até batata doce

Laranja: segundo o presidente da Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Salles, a safra 2012/2013 foi a pior da história da citricultura (Matt Stroshane/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 09h17.

Franca (SP) - No interior paulista, lavouras foram derrubadas e a laranja deu lugar às culturas de milho, cana, tomate, café e até batata doce. A mudança é reflexo de anos difíceis para os citricultores.

Segundo o presidente da Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Salles, a safra 2012/2013 foi a pior da história da citricultura, por falta de compradores e preços baixos. A receita teve queda de R$ 850 milhões.

No município de Cajobi (SP), por exemplo, eram cultivados 2,2 milhões de pés de laranja até 2001, mas hoje esse número não vai muito além de 800 mil pés.

No Estado, essa redução nas lavouras também é sentida e a expectativa para safra 2012/2013 em São Paulo não é das melhores. Sem contar os pés que foram erradicados, perto de 25 milhões, a estiagem de setembro a novembro do ano passado também prejudicou as lavouras. Este ano, a produção não deve chegar a 300 milhões de caixas, ante 380 milhões em 2012.

O engenheiro agrônomo José Eduardo Alonso, presidente do Sindicato Rural de Aguaí (SP) e secretário de Agricultura do município, é citricultor e produz 100 mil pés de laranja em sua propriedade.

Ele diz que a crise no setor ainda não desapareceu, pois a situação segue bastante indefinida, principalmente, com relação a preço. Ele acredita que haverá uma quebra de 30% na produção no Estado.


Com uma colheita menor, a expectativa é que os preços subam, apesar dos estoques elevados nas indústrias. Na avaliação de Alonso, a saída para a citricultura seria a indústria pagar um preço justo para a laranja. Mas ele argumenta que isso só seria possível com o combate ao cartel que estaria formado no setor.

"Hoje há quatro grandes companhias, que estão tentando se juntar e virar apenas duas", afirma. Ele diz que as indústrias plantaram muita laranja para deixar de lado os produtores.

A crise na citricultura atingiu vários municípios paulistas. Itápolis, na região central do Estado, já foi a maior produtora mundial de laranja. Mas a cidade pode perder o título com a redução nas lavouras que, de 14 milhões de pés há 12 anos, hoje conta com apenas 5 milhões.

Valdir Butarello é um exemplo da fuga da citricultura. Após apostar na laranja por mais de 50 anos, erradicou os pomares e arrendou sua propriedade para a produção de cana por considerar que a situação já estava insustentável.

José Eduardo Lélis, coordenador da Comissão Especial de Citricultura da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), afirma que a pressão da indústria massacrou os produtores.

De acordo com ele, as exportações brasileiras se mantiveram nos mesmos patamares, um indício de que o problema maior seria mesmo com o controle de compra e de preços por parte das indústrias.

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Franca (SP) - No interior paulista, lavouras foram derrubadas e a laranja deu lugar às culturas de milho, cana, tomate, café e até batata doce. A mudança é reflexo de anos difíceis para os citricultores.

Segundo o presidente da Federação das Associações Rurais do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Salles, a safra 2012/2013 foi a pior da história da citricultura, por falta de compradores e preços baixos. A receita teve queda de R$ 850 milhões.

No município de Cajobi (SP), por exemplo, eram cultivados 2,2 milhões de pés de laranja até 2001, mas hoje esse número não vai muito além de 800 mil pés.

No Estado, essa redução nas lavouras também é sentida e a expectativa para safra 2012/2013 em São Paulo não é das melhores. Sem contar os pés que foram erradicados, perto de 25 milhões, a estiagem de setembro a novembro do ano passado também prejudicou as lavouras. Este ano, a produção não deve chegar a 300 milhões de caixas, ante 380 milhões em 2012.

O engenheiro agrônomo José Eduardo Alonso, presidente do Sindicato Rural de Aguaí (SP) e secretário de Agricultura do município, é citricultor e produz 100 mil pés de laranja em sua propriedade.

Ele diz que a crise no setor ainda não desapareceu, pois a situação segue bastante indefinida, principalmente, com relação a preço. Ele acredita que haverá uma quebra de 30% na produção no Estado.


Com uma colheita menor, a expectativa é que os preços subam, apesar dos estoques elevados nas indústrias. Na avaliação de Alonso, a saída para a citricultura seria a indústria pagar um preço justo para a laranja. Mas ele argumenta que isso só seria possível com o combate ao cartel que estaria formado no setor.

"Hoje há quatro grandes companhias, que estão tentando se juntar e virar apenas duas", afirma. Ele diz que as indústrias plantaram muita laranja para deixar de lado os produtores.

A crise na citricultura atingiu vários municípios paulistas. Itápolis, na região central do Estado, já foi a maior produtora mundial de laranja. Mas a cidade pode perder o título com a redução nas lavouras que, de 14 milhões de pés há 12 anos, hoje conta com apenas 5 milhões.

Valdir Butarello é um exemplo da fuga da citricultura. Após apostar na laranja por mais de 50 anos, erradicou os pomares e arrendou sua propriedade para a produção de cana por considerar que a situação já estava insustentável.

José Eduardo Lélis, coordenador da Comissão Especial de Citricultura da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), afirma que a pressão da indústria massacrou os produtores.

De acordo com ele, as exportações brasileiras se mantiveram nos mesmos patamares, um indício de que o problema maior seria mesmo com o controle de compra e de preços por parte das indústrias.

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